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Agressora

A's Trinca

Letra

    A's Trinca
    Boca do Lixo Produção
    Banca 12, a Família

    O estrondo que ecoa no extremo leste, A's Trinca espalhou a peste
    É tipo um vírus na corrente sanguínea dos vermes
    O amor resgate, a dor descarte, te deixo um salve no encarte
    Aplauda se quiser ou se não for tão covarde

    Minha pele clara é só um detalhe
    Eu mesclei um toque latino, o sangue dos negros e a cultura rasta de Marley
    Pra quem tirou minha cor meus cabelos mostram minha raiz
    Com paus e pedras me atacaram mesmo assim me fortaleci

    Brancos, pretos, somos um, DNA é incomum
    Alguns se acham mais que os outros mais não passam de mais um
    Eu represento os três pilares, A's Trinca, o mulherio no auge
    O clã das minas no ataque, na força eu me juntei com elas

    Somos três rosas cultivadas entre becos e vielas
    Nossa quebrada é Tiradentes, ZL, é onde os bico gela
    Nascida em selva de pedras, 011 é o DDD
    Onde está cheio de ordinária se vendendo pra aparecer

    Enchendo o rabo de dinheiro com o nome do rap nacional
    Sobe no palco seminua, faz da minha cultura um carnaval
    Ela põe top, mini saia, rebola a jaca e ainda se acha
    A musa do rap arrancando aplausos na praça

    Instigando a mente dos manos apela pro lado sensual
    Na moral, aprendiz de puta se tornou banal
    Fui agredida e agredi, por isso agressora me fiz
    Foi necessário pra eu viver nessa Babilônia aqui

    No movimento abriu a janela e fecharam-se as portas
    Nunca será das nossas, agora abraça o rap moda
    No fundo do posso reclamava do fedor da fossa
    Agora morra asfixiada com perfume das rosas

    Africanidade na face, musicalidade nas frases
    Desembarace com charme, mulheres em brasilidade
    Em defesa da beleza latina e afro brasileira
    Somos fortaleza mestiça e excelência guerreira

    Espirituosa que não joga conversa fora
    Na arena gladiadora não se dobra às vantagens da moda
    Toda mulher é sagrada com graça não baixa a guarda
    E nem entrega a batalha pra vadia que se acha

    Segue a linhagem de um único raciocínio
    Fiel aos princípios, profissão perigo útil pra ensino
    A duras penas promovida agressora de presença
    Rima e caneta eu me encaixo a minha maneira

    Guerrilheira camuflada num campo de palavras
    Estraçalha covarde, canalha que não vive o que fala
    Contradiz seus pretextos, são apenas segredos
    Não é o primeiro, nem o último desfecho desse enredo

    Subestima a capacidade de desenvolver
    Reprime a inteligência alheia e o modo de viver
    Quem é você? Pra me falar de atitude e proceder
    O que é você? Pra me manter encarcerada e me impedir de crescer

    Vivendo aprendi que teses que defendi podem se virar contra mim
    Mas não me permiti, eis-me aqui
    Não afrouxo as rédeas pros comédias que acumulam ideias
    Sem estratégia prévia num palco de guerra

    Esse é o rap que ataca primata e desacata a farsa
    Rimando sem meias palavras não atrasa
    Na defensiva, com fúria se precipita
    Compra briga mal resolvida e asfixia a poesia, equilibra

    O orgulho diminui a inteligência
    Faça porque precisa e não por aparência, soma experiência
    Agressiva a mão que bate é a mesma que alisa
    Compulsiva perca com classe e vença com ousadia

    Composição: Kel Fidelis / Nay Lopes. Essa informação está errada? Nos avise.

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