Dona Da Lua

O Sol se põe, chegou sua hora, noite, a dona da Lua
Becos escuros, a única que ilumina a rua
Ela chega traiçoeira contra os que conspira
Festas, bebidas, fumaças, vadias, mentes vazias

Nela tem decepção, também tem emoção
Tem relações perigosas, mas também tem paixão
Nela tem vida sofrida, também tem inspiração
Tem as cobras criadas e as inocências se vão

Em vão eu vi a vida vai vazia pra solidão
Sonhei tão alto e nem senti meus pés tocarem no chão
Cantei o canto dos contos que conta a voz da canção
Senti a brisa dos ventos em meio à sua escuridão

É nesse escuro da noite que os pichador mostra sua arte
Registrando seus traços nas telas da cidade
Cada parede mostra o grito da voz que foi calada
São frases expressando a nossa identidade roubada

Turno noturno São Paulo do empreendedorismo diurno
SP, o submundo o subsolo pros vagabundo
Mundo do prazer, sexo fácil se vende
Quinze clientes na noite que o corpo já nem sente

Prostitutas que vendem por um trocado seu prazer
Inspiração dessa canção que fez o corpo aquecer
Cada um com seus demônios, cada um suas crenças
A noite bate o martelo e declara sua sentença

Jogue o jogo enquanto é tempo antes do amanhecer
Vivendo instinto coruja nas noites de SP
Com licença, pede espaço o Sol, hora de nascer
São doze horas de intervalo até o próximo anoitecer

Dona da Lua, mistura cura e fúria
Na cidade cinza ilumina suas ruas
Escura se mistura com a chuva
Pensamento continua pura, nua e crua

Dona da Lua, mistura cura e fúria
Na cidade cinza ilumina suas ruas
Escura se mistura com a chuva
Pensamento continua pura, nua e crua

Escura se mistura com a chuva
Escura se mistura com a chuva
Escura se mistura com a chuva
Escura se mistura com a chuva
Escura se mistura com a chuva