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O Giz e o Fuzil

Ataque Beliz

Letra

    Dizem que através dos olhos enxerga-se a alma
    Assim com entre um sorriso lhes faltam diversas palavras
    Pra definir a transparência de qualquer ser
    Que entre sonhos busca a melhor forma em poder viver
    Sobreviver é algo que cerca os valores
    De pessoas que sangram entre os arames
    Umedecendo em terra seca
    Prantos que se formam através das dores
    Sentindo o amargo gosto nos sabores
    De pouco a pouco cresce a estatística
    Reduz mais uma família
    Que dia a dia aprofundou-se em ir de encontro à educação
    De sua sensibilidade
    Ganhando simplicidade a base de honestidade.
    Apesar de muitos desacreditarem
    Que esse caminho é a maior chave
    E o único valor que não é tirado
    E quando se adubado frutos são brotados
    E consumados na natureza de um sorriso
    Na poesia que forma o brilho
    Que preenche memórias desse imenso Brasil
    Pois na ladeira que se desce não há como julgar um perfil
    E no discurso se procede que o giz é mais forte que o fuzil
    Por isso eu digo em frases ou diversas canções
    Que as crianças continuem a luta que nasceu em antigas gerações.

    Refrão

    O grito do fuzil reprimiu o que o giz pode dizer
    Ninguém pode ensinar o que só a vida ensina
    Você se contradiz na minha hora de aprender
    Nada pode melhorar enquanto só alguns assinam
    Ninguém vai me enganar depois de tudo que eu vi
    Você pode me negar tudo que aconteceu
    Se o estudo não condiz com a vida que vivi
    Eu vou te devolver aquilo que você me deu
    O grito do fuzil reprimiu o que o giz pode dizer
    Ninguém pode ensinar o que só a vida ensina
    Você se contradiz na minha hora de aprender
    Nada pode melhorar enquanto só alguns assinam


    Com o giz posso escrever
    Com o fuzil posso atirar
    Com o giz pude entender
    Que com o fuzil devo matar
    Atiro pra me proteger de quem
    Mato por temer alguém
    Faço o mal pra fazer o bem
    Luto por mim e luto por 100
    Vou atingindo quem também não tem nada
    Ganhar dinheiro mesmo de forma inadequada
    Peguei o relógio deixei o corpo na calçada
    Desse jeito saio andando enquanto provo a jaqueta furada
    Rasgada de um trabalhador
    Somos filhos desse meio e vivemos as custas dessa dor
    Vou dizer pra tu doutor
    O primeiro tiro quem disparou
    Quando o giz assinalou
    O povo genocidou.
    Seu conhecimento sempre assassinou.
    Os que dizem fazer parte desse país governado por ladrões
    Estratégia de negações na historia escrita com o giz.
    Mas a vida me traz recordações
    De como trataram nossas mães e pais.
    Por conta de dinheiro trucidaram nossos ideais
    Conhecimento sem direito das causas reais
    Nunca vai brotar paz do risco do giz
    Direito de conhecimento adquirimos com fuzis
    Queremos letras pra escrever
    Motivos pra não atirar
    Lembranças boas do viver
    E não números pra assinar

    Refrão

    Deixo em tuas mãos duas armas
    Agora me diga qual se deve usar
    Seu futuro tente rabiscar
    A paz que precisa pra poder lutar
    E de que vale esse poder
    Se só temos a perder?
    E de que vale esse poder?
    Lava o direito de viver
    E de que vale esse poder
    Que julga o meu ser?
    Não é isso que eu sempre quis ter
    Deixo em tuas mãos duas armas
    Agora me diga qual se deve usar
    Qual o caminho, o valor esquecido
    Pra que eu não caia no mal querer


    No giz a expressão
    Do fuzil a repressão
    Se o giz é repressão
    Apaga meu ancestral
    Faz de mim um serviçal
    Servir sem ser visto
    Seguir uma moral
    Que ignora que existo
    Eu sou o povo
    E isso não me favorece
    Sem saber por que padece
    Ninguém vai se libertar.
    Alguém acumula
    E quem sofre não esquece
    E a mente deprimida
    Resolve se rebelar
    Move-se daqui pra lá
    Revolveres pra atirar
    Tanto bem pra consumir
    Poderes a conquistar
    Não foi preciso ensinar
    Que pra se ter poder
    Para sobreviver
    É necessário se armar
    Sobe o morro o caveirão
    A mãe solteira, pela mão
    Puxa o filho que chora
    Essa geração.
    Fará uso da lição
    Aprendida nessa hora
    Ignore que eu existo
    La no fundo da sala
    E eu comando teu seqüestro
    Do fundo de uma cela
    Policial armado
    Mandado pelo estado
    Foi copiado
    E quando é atacado
    Cai em contradição
    Esquece a repressão
    Diz que esse resultado
    É falta de educação.
    Uma ação vale mais que mil palavras
    Já vi e ouvi e vivi
    E normal que o oprimido
    Aprenda oprimir

    Refrão

    Abram os olhos. Atentem os ouvidos
    Escutem os tiros e os gritos
    Dos filhos, mães e pais
    Muitas famílias padecem
    Subjugadas a seus ideais.

    (Deixo em tuas mãos duas armas....Seu futuro tente rabiscar...Escutem os tiros e os gritos...Você se contradiz na minha hora de aprender..Nada pode melhorar enquanto só alguns assinam)

    Composição: Alisson B. De Melo / Anderson R. Da Silva / Higo B. Melo. Essa informação está errada? Nos avise.

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