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Letra

    Garimpando cobre na terra rasgada
    Lapidando o ódio em letras douradas
    Na caminhada os fura farda tão pro arrebento
    A missão e de elite o troféu um sargento
    Já descolaram a caranga o clima e de tensão
    Cápsulas pro chão sem tempo de reação
    O alvo sobreviveu mas seu parceiro não
    Foda se então de qualquer forma e pm tá bom
    A quebra virou um inferno e o diabo não tem cor nem nome
    Mas se discar 190 e ele que responde
    Problema agravado na descoberta do estatuto
    Que só dizia que luto se paga com luto
    Por mim nada de errado chumbo trocado não doí
    Mas o que dizer de pessoas assim como nois
    Que sempre pagamos impostos para nossos algozes
    E nunca tivemos direitos muito menos voz
    E de role na matina de quebrada
    Sem nome sem farda em viatura descaracterizada
    A morte chega traz junto faixa amarela e preta
    São mais três mortos que não tinham nada a ver com a treta
    Vitimas no elo fraco da corrente
    Que nunca foram do crime tão pouco da pm
    Terão seu sangue como tinta pra imprimir jornais
    Em destaque seus corpos tarjados de marginais
    Não terão bandeira dobrada nem salva de tiros
    Só um caixão doado e de luto mulher e filho

    Troca o pente mais um corpo
    Troca o pente mais um corpo
    Troca o pente mais um corpo
    A vingança e o troco
    Troca o pente mais um corpo
    Troca o pente mais um corpo
    Aqui ato favela no revide de novo

    Ate quando vamos conviver com isso
    Noticia maquiada em prol do inimigo
    Vitimas de tiro num confronto forjado
    Numero de estatística e medalha pra tático
    Que por vingança mata quinze por semana
    Na calada a maê que chora e o sangue não estanca
    E fica pra família a dor de enterrar o filho
    Ou a mulher em depressão que perdeu o seu marido
    Essa e a justiça feita pelo fardado
    Que viu seu parceiro no bico sendo executado
    E o resultado e montar diligencia
    Carro de placa fria toca ninja na cabeça
    E na covardia com varias no pente
    Vai desce pra favela massacra inocente
    A matemática e simples fácil de conta
    Há cada porco que cai dez de nois vai sangra
    E nessa noite foi mais três que não tiveram sorte
    Pois na calada se encontram com esquadrão da morte
    A justiça e cega e não enxerga você
    Sistema capitalista pra fazer pobre sofrer
    Vigário geral sorocaba osasco
    Foram no total mais de sessenta assassinatos
    Mas ato favela pro sistema nunca vai se render
    Só na missão pra fazer bota preta tremer

    Troca o pente mais um corpo
    Troca o pente mais um corpo
    Troca o pente mais um corpo
    A vingança e o troco
    Troca o pente mais um corpo
    Troca o pente mais um corpo
    Aqui ato favela no revide de novo

    Nunca vai se render
    Pro sistema nunca vai se render
    Ato favela nunca vai se render
    Pro sistema nunca vai se render


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