Intemperie

Ao ar livre

Intemperie

Emboscados nas entranhas de um cruzeiro
Emboscado en las entrañas de una travesía
Cem mil desertos que não suportam mais volta,
De cien mil desiertos que no admiten vuelta atrás
Eu sinto o que eu queimei todos os dias
Siento que el camino que he quemado cada día
Eu dirijo, quando termina, outro deserto mais.
Me conduce, cuando acaba, a otro desierto más

Mas eu ainda ando em busca de uma miragem
Pero sigo andando en busca de algún espejismo
Porque, se alguma vez um deles é o mar,
Por si alguna vez alguno de ellos es el mar
A encontrado até agora só foram abismos
Los hallados hasta ahora solo han sido abismos
Para aqueles que se apaixonou por não adorar qualquer altar.
Por los que caí por no adorar ningún altar

Perdido norte
Perdido el norte
A leste, oeste e sul ...
El este, el oeste y el sur
Será que eles querem com tantas fomes
Qué pretenden con tantas hambrunas
E pragas e guerras e mortes em série
Y pestes y guerras y muertes en serie
Se estamos à mercê
Si todos estamos al albur
Intemperismo.
De la intemperie

E assim eu esquivando sepulturas são a palavra de ordem,
Y así voy sorteando tumbas son el santo y seña
Órfãos estrelas indicando-me um pouco de sol
Huérfano de estrellas que me indiquen algún Sol
Mas não há luz, não há fogo, até lenha,
Pero ya no hay luz, ni fuego, ni siquiera leña
Nem Girassol noite melancolia.
Ni la noche melancólica del girasol

E, embora eu saiba que não existem mapas inocentes
Y aunque sé que ya no existen mapas inocentes
Eu deriva como eu vai a minha incredulidade
Voy a la deriva como va mi poca fe
Para acreditar que eu posso escapar a hidra inteligente
En creer que puedo huir de la hidra inteligente
Esse pandemônio de poder que ninguém vê.
Ese pandemónium del poder que nadie ve