Maré de Azar

Nem precisei abrir meu biscoito da sorte
Pra já antecipar essa maré de azar
Me banho em sal grosso pra ficar mais forte
Pois com olho gordo não posso brincar
Pensei em segurar um trevo de quatro folhas
Hoje é dia 12, quinta-feira de manhã
Eu me atrapalho todo e não tenho mais escolhas
Amanhã o leite azeda e apodrecem as maçãs

Estou amaldiçoado e não acho a minha cura
Passando entre escadas e pisando em rachadura
Se isso me faz mal, já não tenho mais certeza
Sigo virando o meu chinelo e derrubando sal na mesa

Pois eu sei que sou super
Supersticioso
Supersticioso
Supersticioso

Não sei se é falta de sorte ficar tão sozinho
Se em toda a minha história eu me senti assim
Talvez um gato preto cruzou meu caminho
Talvez o universo já não crê em mim
E eu já pude perceber o teu olhar no meu
Feitiço que até fez meu espelho quebrar
Pegou fogo aquela carta que a cigana leu
Pé de coelho não espanta o meu azar

Estou amaldiçoado e não acho a minha cura
Passando entre escadas e pisando em rachadura
Se isso me faz mal, já não tenho mais certeza
Sigo virando o meu chinelo e derrubando sal na mesa

Pois eu sei que sou super
Supersticioso

Nem precisei abrir meu biscoito da sorte
Pra já antecipar essa maré de azar
Essa maré de azar
Essa maré de azar