Balacobaco (part. Anitta e Alice Carvalho)

Resistência cultural e celebração em “Balacobaco (part. Anitta e Alice Carvalho)”

“Balacobaco (part. Anitta e Alice Carvalho)”, do BaianaSystem, transforma a ideia de festa em um manifesto de resistência cultural e social. O título faz referência direta à energia das festas de rua e à ancestralidade do Carnaval baiano, servindo de base para uma letra que mistura tradição e autonomia. Trechos como “Tem pandeiro e tem cavaco / Samba de prato, ninguém vai dar pitaco” mostram a valorização do samba e a liberdade de cada um celebrar à sua maneira, reforçando a ideia de coletividade e respeito às raízes.

A parceria entre BaianaSystem, Anitta e Alice Carvalho amplia o sentido de diversidade musical e identitária. A frase “Não importa o que você sabe / O que importa é o que você faz com o que sabe” valoriza a ação e a criatividade popular, enquanto “Eu sei que esse mundo dá voltas” traz esperança de transformação social, típica das manifestações culturais populares. A música também faz críticas sociais, como em “O glamour com o meu sofrimento / É a estrela de horário nobre / A história de um povo pobre / Ditada por quem me devia”, denunciando a apropriação da cultura periférica pela elite e pela mídia. Ao afirmar “No Nordeste tem falta de aporte / Mas excesso de cultura e raiz”, a canção exalta a riqueza cultural da região, mesmo diante da desigualdade, e se coloca como um “Robin Hood do agreste”, alguém que redistribui simbolicamente a riqueza cultural e desafia as estruturas de poder. Assim, a música celebra a identidade popular com leveza, mas sem abrir mão da crítica social e da resistência.