O Guasca

Orgulho e resistência gaúcha em “O Guasca” de Baitaca

A música “O Guasca”, de Baitaca, expressa com clareza o orgulho da identidade gaúcha e a resistência diante de qualquer tentativa de submissão. O termo “guasca”, presente no título e no refrão, tem múltiplos sentidos: além de se referir ao gaúcho típico do campo, também é uma gíria para pênis e para uma tira de couro resistente. Essa variedade de significados reforça a imagem de alguém rústico, autêntico e que não se dobra facilmente. Isso fica evidente nos versos: “Eu nunca pedi bexiga pra patrão ou pra milico / Por isso, ninguém me obriga a ser pelego ou pinico”, em que o personagem recusa a submissão e mantém sua dignidade e independência.

A letra valoriza a simplicidade, a coragem e o orgulho das origens, rejeitando ostentação e riqueza material: “Jamais arrotei grandeza, pois fortuna não me encanta / Porque a minha riqueza, Deus já me deu na garganta”. O canto aparece como fonte de sustento e resistência, funcionando como uma arma contra a tristeza e as dificuldades do cotidiano rural. O regionalismo é destacado por referências ao Rio Grande do Sul, à vida nas coxilhas e à tradição de cantar e tocar gaita, elementos que conectam o personagem à cultura gaúcha. Ao afirmar “Porque um dia, eu nasci guasca, no lombo destas coxilha'”, Baitaca resume o orgulho de ser do campo, de depender da própria força e autenticidade, valores celebrados em toda a canção.