Draconis Albionensis

Draconis Albionensis

[O Oráculo de Logres:]
Era um tempo de mudança. Os descendentes dos magos atlantes haviam caído
perante o Novo Praesidium, e os lobos uivavam à porta do Império.
Uma nova fé opressora se aproximava do leste, e o senhor das florestas
trancou bem apertadas as portas de seu reino arbóreo. E assim foi que, no
final da Era do Mistério, os últimos grandes Senhores Dragão de Albion se
reuniram para o que seria sua batalha final...

[A Canção de Guerra dos Senhores Dragão:]
Falanje de dragões rasga o céu, Albion nosso prêmio reluzente,
Sentinelas da terra e do mar, guardiões do destino.
(Espreitando entre os pecseatan; Draconis Bipedes, besta de batalha rápida e furiosa!)

[O Voto do Rei Dragão:]
(Runas de Dragão gravadas pelas línguas flamejantes da IX Legio Draconis na
pedra primordial do grande Cromlech Drachenstahl de Logres):
Os inimigos desta ilha soberana serão empurrados de volta para o mar!
Um juramento feito em batalha, um voto abençoado pelo aço,
Eu juro pelo sangue do dragão em minhas veias... e pelo coração do dragão que o bombeia!

[A Canção de Guerra dos Senhores Dragão:]
Fogo de dragão na luta, fé e aço vencerão o dia,
Um deus para servo e rei igualmente, o Martelo Adamantino golpeia!
(Devorando os infiéis forasteiros; Draconis Nematoda, grande verme alado da guerra!)

[O Voto do Rei Dragão:]
Para a vitória eterna... este mundo será nosso império!
Império Dragão, trono dos Deuses Antigos, eis o axioma, Wyruld-Cyninga!
É hora! Nós governaremos, e sobre nosso domínio o sol nunca se porá!

[12 de Outubro: 1893]
Devo registrar isso nas páginas do meu diário, enquanto ainda está vívido em minha
memória... não que tal visão macabra possa ser esquecida em breve. Pouco antes do
amanhecer, acordei de um sonho fantástico e um tanto horripilante no qual
atravessava uma grande cidade ciclópica negra, suas paredes estigianas
imponentes inscritas com alguma forma de glifos estranhos que pareciam se contorcer
squamamente e alterar sua forma mesmo enquanto eu os observava.
Um sussurro sibilante que parecia ao mesmo tempo familiar e intrusivamente alienígena
me compelía a caminhar até a borda de um edifício particularmente sinistro
e espiar sobre seu perímetro íngreme. Quando o fiz, contemplei este
mundo nosso, reconhecendo vagamente as formas aparentes dos cinco continentes,
mas toda a vista parecia tão distante que o todo parecia em sua totalidade
não maior que uma esfera que eu poderia encaixar confortavelmente na palma da minha mão.
Quando me virei novamente para contemplar os obeliscos imponentes, descobri que
agora conseguia ler facilmente os cifrões anteriormente intraduzíveis na pedra negra.
Eram as palavras de um grande taumaturgo que aparentemente havia descoberto um
repositório de saberes antigos detalhando a teia sideral do cosmos, com
diagramas arcanos apontando certos portais astrais e lugares de potência empírea,
um tipo de mapa de linhas ley pangalácticas, se você quiser. De fato, esses
Mapas Estelares dos Antigos Cosmógrafos pareciam ter um custo não insignificante
na sanidade do autor, como evidenciado pelo tom de suas inscrições, que
parecem sugerir que ao descobrir esta Caixa de Pandora de escuridão elucidativa,
seu destino era ser inexoravelmente perseguido por uma escuridão sem nome e implacável;