Que N'ai-je
Que n'ai-je appris la luge
Que n'ai-je appris à skier
Sans me soucier du déluge
De la texture des glaciers
Que n'ai-je glissé
Que n'ai-je fondu
Sur ton balconnet
Que n'ai-je été torride
Que n'ai-je tombé la veste
Lâché du lest
Pris de l'altitude
Avant de piquer
Déchaîner les esprits
Parmi les êtres et les cèdres
Faire la tournée des grands ducs
La nuit de l'Epiphanie
Et puis les autres nuits
Tendre l'arquebuse
Jusqu'à me rompre
Que n'ai-je pris l'Everest
Pour une aspérité
Sommé l'amour et le reste
De s'entrelacer à jamais
Que n'ai-je visé
Que n'ai-je été stupide
Au point de succomber
En Ecosse des gosses écossent
Des chimères en chair et en os
D'accortent soubrettes les escortent
En Ecosse des gosses précoces
Chopent des crampes
À faire l'amour à tue-tête
À bâtons rompus
Que n'ai-je appris la luge
Que n'ai-je appris à skier
O Que Eu Não Aprendi
O que eu não aprendi na descida
O que eu não aprendi a esquiar
Sem me preocupar com a tempestade
Com a textura das geleiras
O que eu não deslizei
O que eu não derreti
No seu varandinha
O que eu não fui ardente
O que eu não tirei o casaco
Soltei o peso
Peguei altitude
Antes de mergulhar
Desencadear os espíritos
Entre os seres e os cedros
Fazer a volta dos grandes duques
Na noite da Epifania
E depois nas outras noites
Puxar a espingarda
Até me quebrar
O que eu não escalei o Everest
Como se fosse uma saliência
Fazer o amor e o resto
Se entrelaçarem para sempre
O que eu não mirei
O que eu não fui burro
A ponto de sucumbir
Na Escócia, as crianças escocesas
Criam quimeras em carne e osso
As empregadas as acompanham
Na Escócia, crianças precoces
Pegam cãibras
De tanto fazer amor aos gritos
Em conversa fiada
O que eu não aprendi na descida
O que eu não aprendi a esquiar