Vazio

Já percorri silêncios e cansaços
Apertei vazios, quanta vez
E quantas amarguras nos meus braços
Acolhi, sem perder a altivez

E bebi tantos copos de saudade
E gargalhei da própria vida
Que quando pressenti a fantasia
O tempo ultrapassou a minha idade

Encontrei-me como sempre transparente
Vendo através de mim sem nem encontrar
Não descansei a mente a procurar
A razão que me faz andar ausente
Se tudo quanto fui é tão presente