ABC

Ponte joya barata, anda descalza y con tacones
Ponte bien guapa pa' ti, pa' ti, pa' ti
Soy aprendiz de bruja, de chamana
De Madrid de abuela, si la vida me deja

Que lo que se retiene nunca se tiene
Y lo que se deja libre siempre vuelve, no se ahoga
Ahora me encuentro bien y motivada
Y saco mi lengua a pasear ah ah

No, no, no, no, no me acostumbro, no me acostumbro, no
No me acostumbro que no
A no poder beber en la calle, a tus tonterías
No me acostumbro a que no te calles
No me acostumbro a tanto
No me acostumbro a tanta velocidad
A la hora de pensar un poquito

No me acostumbro a tanto cabrón con K
No me acostumbro a tanta policía pervertida
No me acostumbro dime de quién te fía ya
No me acostumbro a mirar y que no estén
Ni que las cosas me salgan bien
No me acostumbro a que medio mundo nos acostemos tranquilos
Y en el otro medio se mueran por miles los niños
No!, que No me acostumbro

No me acostumbro a que intenten cortar mi libertad
Que esa me la dieron al nacer mi mamá, mi papá
No me acostumbro a que no haya casa pa' todos
Cuando la tierra no es de nadie cojones
Es de quien en ella nació, creció, vivió y la trabajo

No me acostumbro a que haya que pagar pa' que te entierren ah!
Estamos, pa' que nos encierren
No me acostumbro vuestra demagogia
A vuestra trampa, vuestra mentira
Los mejores actores se juntan en política
No me acostumbro a vivir sin sol
No me acostumbro a vivir sin sol

Y a donde quiera me echo una siesta
Me monto una fiesta pero no te acerques
Que no me acostumbro a las falsas apariencias
Y puedo darte con la mano abierta

No me acostumbro a que me quieran dar órdenes
Orden contra orden, desorden
Desordenando mi vida, encuentro el orden que no tenía
Y camino pa' delante
Mi camino no está dibujado en el camino
No tiene huellas, va campo a trave
Va campo a trave, va campo a trave

Mi camino no está dibujado en el camino
No tiene huellas, va campo a trave
Va campo a trave, va campo a trave

Y mientras no me acostumbro a tanta subordinación
Mira que a todos nos cuesta saber decir esto y que no
A tanto mal phono, a tanta incomunicación entre tú y yo
Entre tú y yo

No me acostumbro a que no veamos que el poder está en nuestras manos
Pero cerramos los ojos
Y chupamos el caramelo, envenenao' que nos dan, no, no, no
No me acostumbro a tanta mierda en los campos
A tantos hijos de puta del bote chupando
Metiendo el hocico en otro comedero
Mientras el suyo lo tienen entero
No me acostumbro a tanto, no me acostumbro a tanto
No me acostumbro a tanto, a tanto muerto vertical

Mi camino no está dibujado en el camino
No tiene huellas, va campo a trave
Va campo a trave, va campo a trave

ABC

Use joias baratas, ande descalça e de salto alto
Fique bonita para você, para você, para você
Sou aprendiz de bruxa, xamã
De Madrid, da minha avó, se a vida me permitir

Que o que é retido nunca é tido
E o que se deixa livre, sempre volta, não se afoga
Agora me sinto bem e motivada
E levo minha língua para passear... Ah ah

Não, não, não, não, não me acostumo, não me acostumo, não
Eu não me acostumo, não
A não poder beber na rua, as suas idiotices
Não me acostumo que você não se cale
Não me acostumo a tantas coisas
Não me acostumo com tanta velocidade
Quando se trata de pensar um pouco

Não me acostumo com tanto Babaca com B maíusculo
Não me acostumo com tantos policiais pervertidos
Não me acostumo, me diz em quem você confia
Não me acostumo a olhar e ver que eles não estão ali
Nem que as coisas vão bem para mim
Não me acostumo com metade do mundo dormindo em paz
E, na outra metade, crianças morrendo aos milhares
Não! Não consigo me acostumar com isso

Não me acostumo que tentem restringir minha liberdade
Essa que me deram por nascimento a minha mãe e meu pai
Não me acostumo que não haja casa para todos
Quando a terra não é de ninguém, porra!
É de quem nela nasceu, cresceu, viveu e trabalhou

Não me acostumo a ter que pagar para que te enterrem!
Estamos aqui para que possam nos prender
Não me acostumo com sua demagogia
Com sua armadilha, com suas mentiras
Os melhores atores se reúnem na política
Não me acostumo a viver sem Sol
Não me acostumo a viver sem Sol

E onde eu quiser tiro uma soneca
Farei festa mas não chegue perto
Não me acostumo com as falsas aparências
E posso te dar um tapa

Não me acostumo que queiram me dar ordens
Ordem contra ordem, desordem
Desordenando minha vida encontro a ordem que não tinha
E sigo em frente
Meu caminho não está traçado na estrada
Não tem pegadas, ele atravessa o campo
Ele atravessa o campo, ele atravessa o campo

Meu caminho não está traçado na estrada
Não tem pegadas, ele atravessa o campo
Ele atravessa o campo, ele atravessa o campo

E enquanto não me acostumo com tanta subordinação
Olha como nos é difícil dizer isso e aquilo
A tanto ruído, tanta falta de comunicação entre você e eu
Entre você e eu

Não me acostumo que não vejamos que o poder está em nossas mãos
Mas fechamos os olhos
E chupamos o doce envenenado que eles nos dão, não, não
Não me acostumo com tanta merda nos campos
Tantos filhos da puta chupando
Enfiando o focinho em outro cocho
Enquanto o deles está cheio
Não me acostumo a tantas, não me acostumo tantas
Não me acostumo a tantas, a tantas mortes aumentando

Meu caminho não está traçado na estrada
Não tem pegadas, ele atravessa o campo
Ele atravessa o campo, ele atravessa o campo

Composição: María de Las Nieves Rebolledo Vila