Johnny P’s Caddy (feat. J. Cole)

Memória e autenticidade em "Johnny P’s Caddy (feat. J. Cole)"

Em "Johnny P’s Caddy (feat. J. Cole)", Benny The Butcher transforma uma lembrança de infância — os passeios no Cadillac de seu pai, Johnny P. — em um símbolo de autenticidade e conexão com suas raízes. O título da música vai além da nostalgia, servindo como um lembrete de que sua trajetória no rap é baseada em experiências reais das ruas, em contraste com artistas que criam histórias fictícias para ganhar respeito. Isso fica claro quando Benny diz: “That was really me, nigga, I ain't have to act in Conflicted” (Esse era realmente eu, não precisei atuar em Conflicted), referindo-se ao filme em que participou e reforçando que sua vivência não é encenada.

A faixa tem um tom confiante e direto, com Benny e J. Cole abordando temas como superação, autenticidade e conquista. Benny detalha sua ascensão, mostrando o esforço e a resiliência necessários para sair do tráfico e conquistar espaço legítimo no rap, sem recorrer a ostentação ou falsidade: “They showin' fake racks in pictures like that's gon' attract the bitches” (Eles mostram dinheiro falso em fotos como se isso fosse atrair mulheres). J. Cole, por sua vez, critica a superficialidade de outros artistas e reafirma sua posição no rap, usando versos como “Cole pen be lethal” (A caneta do Cole é letal) e “I'm prolly gon' go to Hell if Jesus ask for a feature” (Provavelmente vou para o inferno se Jesus pedir uma participação) para destacar sua habilidade e autenticidade. O sample nostálgico de Dexter Wansel e a produção de The Alchemist reforçam o clima de respeito às origens, enquanto o videoclipe, com cenas de prisão e liberdade, simboliza os desafios e conquistas dos dois rappers. A colaboração entre Benny e J. Cole, marcada por respeito mútuo e competição saudável, fortalece ainda mais a mensagem da música.