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Romance de Terra e Pampa

Berenice Azambuja

Letra

    Ando a galope do vento, cruzando o pampa enorme
    Sou a coxilha que dorme, solita, no descampado
    Sou o mugir triste do gado, que dá o rumo das aguadas
    Sou noites enluaradas, deste meu chão colorado

    Saí das entranhas da terra, sou um pouco de areia e rama
    Ouço uma voz que me chama, quase em silêncio profundo
    Sou o velho sonho oriundo, dos tempos da mocidade
    Sou lasca de uma saudade, que vem lá do fim do mundo

    Sou alma perdida que habita, o silêncio das taperas
    Sou cantoria dos cuéras, no horizonte que se esteia
    Sou o minuano que jardeia, na fúria dos temporais
    Sou o canto dos pastiçais, que nos ventos gineteia

    Sou batalhas guaraníticas, sou flecha, lança e tacapes
    Sou Guarani,Charrua ou Tapes, sou visão, sou visageiro
    Sou picomã de candieiro, sou agouro dos pelinchos
    Sou peleia e bochinchos do meu pago missioneiro

    Sou os versos dos poetas, de pura cepa crioula
    Sou o canto triste da rola, cantando no meu rincão
    Sou gaúcha meu irmão, a mulher que canta triste
    Sou a tradição que resiste, laçaços da evolução

    Sou filha do vento xucro, sou neta da ventania
    Meu grito se ouve ao longe nas canhadas e serranias
    Sou o sangue do gaúcho, nesta minha terra bravia
    Sou o canto triste do anguera, sou a própria filosofia

    Composição: Berenice Azambuja / Jorge Missioneiro. Essa informação está errada? Nos avise.

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