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A Morte saiu à rua

Bezegol

Letra

    A Morte saiu à rua num dia assim
    Naquele lugar sem nome, pra qualquer fim
    Uma gota rubra sobre a calçada cai
    E um rio de sangue dum peito aberto sai

    O vento que dá nas canas do canavial
    E a foice duma ceifeira de Portugal
    E o som da bigorna como um clarim do céu
    Vai dizendo em toda a parte o pintor morreu

    Tua Morte, pintor, reclama outra morte igual
    Só olho por olho, dente por dente vale
    A lei assassina a Morte que te matou
    Teu corpo pertence à terra que te abraçou

    Aqui afirmamos dente por dente assim
    Que um dia rirá melhor quem rirá por fim
    Na curva da estrada há covas feitas no chão
    E em todas florirão rosas duma nação

    A Morte saiu à rua num dia assim
    Naquele lugar sem nome, pra qualquer fim
    Uma gota rubra sobre a calçada cai
    E um rio de sangue dum peito aberto sai

    O vento que dá nas canas do canavial
    E a foice duma ceifeira de Portugal
    E o som da bigorna como um clarim do céu
    Vai dizendo em toda a parte o pintor morreu


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