bad guy (feat. Justin Bieber)

Provocação e ironia em "bad guy (feat. Justin Bieber)"

Em "bad guy (feat. Justin Bieber)", Billie Eilish subverte o papel tradicional do "vilão" na música pop ao assumir essa persona de forma irônica e provocativa. Ela brinca com os clichês de masculinidade e rebeldia, como fica claro nos versos: “I'm that bad type / Make your mama sad type / Make your girlfriend mad type / Might seduce your dad type” (Sou desse tipo ruim / Faço sua mãe ficar triste / Faço sua namorada ficar brava / Posso seduzir seu pai). Aqui, Billie desafia o ouvinte e mostra que ser o "bad guy" é mais uma questão de atitude e autoconfiança do que de maldade real. O trecho “I do what I want when I'm wanting to / My soul so cynical” (Faço o que quero quando quero / Minha alma é tão cínica) reforça essa postura independente e sarcástica, deixando claro que ela não se preocupa em agradar ou seguir padrões.

A participação de Justin Bieber no remix traz uma camada extra de significado. Billie, que era fã dele na infância, agora divide os vocais com seu antigo ídolo, criando um jogo de espelhos interessante. Bieber, que já teve a imagem de "bad boy" adolescente, assume o papel de "bad guy" ao lado de Billie, trocando versos sobre ostentação e atitude, como em: “Gold teeth, my neck, my wrist is froze (so icy) / I got more ice than, than the snow” (Dentes de ouro, meu pescoço, meu pulso estão congelados (tão gelados) / Tenho mais gelo do que a neve). A colaboração também ironiza a ideia de rebeldia pop, mostrando que ambos sabem brincar com suas próprias imagens públicas. Assim, a música mistura provocação, humor e autocrítica, sem se levar totalmente a sério.