Addison

“Addison” e a ruptura que transforma amor em silêncio

Saber que “Addison” é um pseudônimo escolhido por Ian Kenny para preservar a identidade da ex-parceira reencaixa a faixa como um recado direto e pessoal. Quando ele a chama de “my friend” (meu amigo), sinaliza que a ruptura desfez não só o romance, mas também a amizade e um senso de pertencimento — algo que o próprio Kenny disse ter perdido, junto com planos de futuro e a ligação com a cidade onde vivia. Na letra, o narrador tenta entender por que foi deixado, voltando a cenas concretas de afastamento: “I felt a shift in the sand / As you pulled away from my hand” (Senti um deslocamento na areia / Quando você afastou sua mão da minha) e “I didn’t see it… Why you had to go” (Eu não percebi... por que você tinha que ir). O clima é de choque e desamparo, com “Hard fights and words to wound” (Brigas duras e palavras que ferem), noites longas, quartos silenciosos e o pedido insistente: “Don’t leave me Addison” (Não me deixe, Addison).

As imagens são físicas e diretas. “You broke the connection / Cut right through the rope” (Você rompeu a conexão / Cortou a corda de uma vez) transforma o fim em um laço partido. “Left me here stranded / Like some kind of ghost / Haunted by silence” (Me deixou aqui à deriva / Como um tipo de fantasma / Assombrado pelo silêncio) traduz o abandono. “Somewhere between alive and dead” (Em algum lugar entre vivo e morto) captura a anestesia do pós-término, ecoando a fala de Kenny sobre perder a pessoa, os planos e a ideia de lugar. A dúvida persiste em “What did I do… What did I say” (O que eu fiz... O que eu disse) e no peso de “All of your secrets” (Todos os seus segredos), reforçando que não foi só um fim declarado, mas um corte brusco que deixou quem ficou sem respostas.