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Odoyá

Bivolt

Letra

    Da mão que bate e machuca
    A si mesma pra ensinar
    A pele seca que apanha
    Lágrimas vem pra molhar

    Salgada é o gosto da dor
    Também é o gosto do mar
    Doce, as águas dos rios
    Nem todas são pra nadar
    Baby, eu vim pra quebrar

    A correnteza só leva
    Quem não souber segurar
    Ou quem se joga de uma vez
    Porque sabe onde quer chegar
    Se souber rimar

    Se virar
    Desviar
    De corpos que vem pa atravessar
    Tudo bem
    Cada um no seu canal
    Cada qual com seu quintal
    E no meu canto eu canto

    Perto do vento formando um coral
    Que beleza
    Inspiração pra um ser
    A água é bela
    Mas não bobeie, a onda pode engolir você

    Vim pa desbravar o mar
    Não pra ser MC de aquário
    Trecho de uma vida loca
    Cada linha é meu diário
    Paro, penso, existo
    Num tô boiano, truta

    Só comparações que ajudam
    Refletir minha luta
    A glória ao pai
    À filha que sempre soube trabalhar

    Inveja existe mas
    Efeito em mim nenhum surtirá
    Tem o triplo que torce por mim
    Quem é zika de verdade
    Sabe que existência nunca tem um fim

    Como vou deixar de ser o que sou
    Se o que eu nasci pra ser é isso?
    Com a bença de mãe Odoyá
    Lágrimas que vieram pra lavar
    E pra salgar a minha dor
    Vem salgar

    Como vou deixar de ser o que sou
    Se o que eu nasci pra ser é isso?
    Com a bença de mãe Odoyá
    Lágrimas que vieram pra lavar
    E pra salgar a minha dor
    Vem salgar


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