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Fazer loginApontada como uma das melhores músicas de Oswaldo Montenegro, Lua e Flor faz parte do álbum Escondido no Tempo, lançado em 1999.
Oswaldo escreveu a letra da canção para Madalena Salles, sua parceira de palco há mais de 40 anos e ex-namorada.
Ele estava em Lisboa quando surgiu a inspiração para compor a música, que fala de maneira muito carinhosa sobre um amor do passado que ainda permanece vivo, porém transformado agora em amizade.
Lua e Flor é uma espécie de carta para Mada, como o músico a chama carinhosamente. Ta a fim de conhecer melhor a história por trás da música Lua e Flor? Vem com a gente!
Oswaldo Montenegro e Madalena Salles se conheceram em março de 1975, na Universidade de Brasília. Madalena foi assistir a um concerto e não poderia imaginar que aquele dia marcaria o início de uma das parcerias mais duradouras da música brasileira.
Começaram a namorar no final da década de 70 e, mesmo após o fim da relação, continuaram trabalhando juntos e se tornaram grandes amigos. E foi exatamente essa relação de amizade que inspirou Oswaldo Montenegro a escrever Lua e Flor.
O cantor estava em turnê por Portugal e decidiu escrever a letra como se fosse uma carta de Lisboa para Madalena. Já aqui no Brasil, mostrou a música para a flautista, lhe causando uma grande emoção.
Ao ouvir Lua e Flor, é impossível não se sensibilizar, porque ela soa como uma declaração, como se algo romântico estivesse sendo dito muito abertamente, e a sonoridade é de uma delicadeza espetacular.
Mas, de acordo com o próprio compositor, a música representa a amizade entre ele e a flautista, que sempre tiveram uma relação muito afetuosa antes do namoro, quando começaram a tocar juntos, e depois também.
O solo de flauta presente na música é de Madalena, o que torna a obra muito mais significativa, pois endossa o companheirismo da dupla.
Oswaldo não imaginava que Lua e Flor se tornaria um sucesso tão grande, apontada como o maior destaque de sua carreira.
A primeira vez que ele usou a canção de forma profissional foi para a peça que montou com a atriz Marília Pêra, chamada Brincando em Cima Daquilo. Durante o monólogo, a atriz cantava trechos de Lua e Flor.
De acordo com o músico, a ex-namorada é eterna e ele cultiva esse carinho de uma maneira muito respeitosa. Oswaldo chegou a compor outras canções para a flautista, como é o caso de Ilariô (Toada Para Madalena).
Para Madalena, todas as músicas que Oswaldo fez para ela lhe dão a sensação de que a vida vale a pena, porque o afeto é a coisa que mais importa no mundo.
Agora que você conheceu a história e o contexto que envolve o universo da música Lua e Flor, fica muito mais fácil compreender a composição de Oswaldo Montenegro, né? Vamos conferir a interpretação:
Eu amava
Como amava algum cantor
De qualquer clichê
De cabaré, de lua e flor
A letra começa mencionando o passado, como se o personagem estivesse lembrando a grandeza de um amor que viveu.
Ele faz comparações e esse recurso se repete ao longo da canção, como se estivesse tentando explicar a maneira como ele amava.
Podemos interpretar como uma letra que flutua entre os momentos bons de uma relação, que ocorre principalmente no início, quando tudo é novidade, e depois passa por mudanças e se ressignifica.
Essa sensação ocorre porque neste primeiro verso começa de forma doce, poética e muda um pouco no segundo.
Eu sonhava como a feia
Na vitrine
Como carta
Que se assina em vão
Aqui, podemos interpretar como um amor desmedido, louco, pois o personagem diz que ama como se assinasse uma carta em vão, sem ler, sem se ater aos detalhes.
É como se ele estivesse completamente entregue à relação, mas só nota isso agora, depois que o namoro terminou.
Olhar a vitrine tem um sentido de ilusão, de sonhar com algo que não se pode ter.
Eu amava
Como amava um sonhador
Sem saber porquê
E amava ter no coração
A certeza ventilada de poesia
De que o dia, amanhece não
O que o personagem parece identificar enquanto sentimento é algo que caminha entre a ilusão de um sonho, e a certeza ventilada de poesia, assim como a certeza de que um dia sempre amanhece.
Talvez o sonhador estivesse preso na idealização de um amor que dura pra sempre, e só por isso conseguiu compreender o que sentia depois.
Eu amava
Como amava um pescador
Que se encanta mais
Com a rede que com o mar
Eu amava, como jamais poderia
Se soubesse como te encontrar
A comparação segue na letra e o personagem diz que amava como um pescador que se encanta mais com a rede que com o mar.
Era um amor de entrega, genuíno e é como se ele não pudesse imaginar a força enquanto ainda estava vivendo aquela relação. Hoje o personagem olha com saudades para tudo o que viveu.
Oswaldo Viveiros Montenegro nasceu em 1956, no Rio de Janeiro, e cresceu no meio da música sendo influenciado pelos seus pais músicos. A mãe de Oswaldo tocava piano e o seu pai cantava e tocava violão.
Decidiu que iria se dedicar à carreira musical em 1971, quando mudou para Brasília e passou a participar ativamente do meio artístico da cidade.
Lançou seu primeiro compacto em 1975, chamado Sem Mandamentos, e o primeiro disco, Trilhas, viria em 1977.
Mas foi com o álbum Poeta Maldito…. Moleque Vadio que o cantor se destacou na MPB, com um disco gravado com o apoio de uma orquestra, e que conta com uma de suas canções mais populares, Léo e Bia.
Oswaldo se tornou um artista que explora múltiplas vertentes, escreve musicais, poesia, compõe e também é ator e diretor.
Muitas vezes, deixamos nos embalar por uma linda melodia e nem nos damos conta que a letra pode conter um significado bem diferente. E tem muitas canções que enganam! Venha conferir uma lista de músicas que parecem românticas, só que não!
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