Confira a análise do álbum Hollywood’s Bleeding, de Post Malone

Post Malone é daqueles artistas que nunca se acomodam na indústria musical. Desde que seu talento foi revelado, lá em 2015, o artista vem trazendo novidades em seus discos. 

Embora tenha suas raízes ligadas ao rap, o cantor já passeou por diversos estilos, como o R&B, o trap, o rock e o indie pop — principalmente no álbum Hollywood’s Bleeding, lançado em 2019. 

Se os singles já faziam sucesso com o público, o disco também foi bem recebido pela crítica, tanto por sua musicalidade e parcerias quanto pela sua visão da fama espelhada no cenário hollywoodiano. 

Quer saber mais sobre esse prestigiado trabalho? Então, confira a análise de Hollywood’s Bleeding que trouxemos para você! 

Hollywood’s Bleeding: análise do álbum 

Desde que apareceu na mídia lá em 2005, Post Malone chamou atenção de todos. Seja por suas tatuagens, pelo sucesso gradativo a cada single ou pelo estilo de cantar mais arrastado, aparentemente até cansado. 

Embora suas letras já trouxessem críticas ao estrelato ou ao estilo de vida aparentemente fútil da fama, faltava um ponto de virada que realmente chamasse a atenção para o promissor Malone.

Essa mudança veio com o álbum Hollywood’s Bleeding, o terceiro do cantor, que chegou ao mercado no fim de 2019.

Com hits já consagrados, como Wow., Sunflower e Circles, o projeto mostrou uma nova faceta dele, mais próxima do grunge e do rock. 

Se os resultados já eram bons antes, ficaram ainda melhores quando veio a indicação do Grammy a álbum do ano.

Das mensagens explícitas a convidados ilustres, como Ozzy Osbourne, as principais faixas de Hollywood’s Bleeding merecem uma análise mais detalhada. 

Hollywood’s Bleeding

A melancolia e o pouco conforto com as relações sociais pós-fama fizeram com que, em sua passagem pelo Brasil, Post Malone fosse chamado de Chorão americano, em referência às letras do vocalista do Charlie Brown Jr. 

A faixa título, Hollywood’ Bleeding, mostra com clareza esse clima, tanto em sua sonoridade quanto na letra.

Com um apelo pós-grunge, Malone canta sobre as desilusões que vem junto com o dinheiro, fazendo que ele vista uma capa para se adequar à rotina de festas e drogas. 

No entanto, no fundo o que o assola é a solidão, a falta de uma companhia nos momentos de vulnerabilidade.

Para reforçar a duplicidade dos sentimentos, há uma alternância de ritmos, com um trap levemente acelerado. Mas o que fica no final é um vazio emocional do ambiente popular, tão glamourizado.

Enemies (feat. Dababy) 

Terceira faixa do disco Hollywood’s Bleeding, a música Enemies poderia muito bem estar em qualquer produção de outro artista pop do momento, principalmente pela melodia e pelas batidas eletrônicas sintetizadas que se tornaram o hype nos últimos anos. 

O distanciamento do seu gênero fica mais evidente com a participação de DaBaby, fazendo rimas de rap.

Tal postura tem sincronia com a letra, que mostra a transição das amizades no meio cultural, movidas pela futilidade na maioria das vezes. 

A criação de rivalidades por meio de declarações ou opções artísticas é grande em determinados estilos musicais, e isso faz com que antigos amigos deixem de se falar e os críticos se aproximem por oportunismo. 

Allergic 

Quando escutamos Allergic, mais uma vez nos perguntamos: é uma música do Post Malone?

Pela letra temos a garantia disso, mas aqui novamente o cantor traz uma vertente diferente, com elementos de rock, flertando com o indie pop. 

Os versos falam de uma despedida de relacionamento, no qual o cantor fala sobre usar pílulas e remédios para sentir algo pela então pessoa amada, pois tudo ficou tão artificial que o deixou meio alérgico. 

Com menos de 3 minutos de duração, ela chegou a ser lançada como o 4 single do álbum Hollywood’s Bleeding, porém sem tanta divulgação quanto os anteriores.

De qualquer maneira, é ótima para dançar e deixar os antigos demônios no passado. 

Circles 

Chegamos a uma das principais músicas do álbum Hollywood’s Bleeding, o hit Circles.

Ela basicamente se tornou o carro-chefe dessa nova fase de Malone, com um estilo que remete ao rock romântico, bem popular nas rádios. 

Embora tenha uma sonoridade um tanto animada, o tema da faixa é essa espiral de sentimentos que faz o cantor se afastar de antigos amores, já que o que os mantém próximos é apenas a atração física. 

Aqui chama atenção o apelo estético do clipe, com um visual medieval, na qual Post Malone encarna um soldado em território arrasado, combinando com o tom sóbrio da própria capa do disco. 

Die For Me (feat. Future & Halsey) 

Em Die For Me, o rock faz uma pausa para o trap-pop (que já estamos acostumados nos demais trabalhos de Post Malone) tomar conta. 

Junto com Future, ele desabafa sobre as mulheres que os decepcionavam. O homem posto no lugar de vítima não é novidade no mundo do rap, mas a reviravolta vem na voz de Halsey. 

Tomando posto na discussão, ela praticamente rebate todos os argumentos clássicos machistas, escancarando as mentiras e mostrando que ela pode muito bem alcançar o sucesso por conta própria. 

Take What You Want (feat. Ozzy Osbourne & Travis Scott) 

Se a proposta era deixar a zona de conforto de lado, Malone fez isso com louvor.

Take What You Want já surpreendeu desde a divulgação do Hollywood’s Bleeding, quando veio o anúncio da colaboração com Ozzy Osbourne. 

É pelos acordes de rock e guitarra que a canção é conduzida. A temática não é diferente das outras (mulheres malvadas novamente), mas ela ganha um tom agressivo e poderoso que a torna uma das melhores do álbum. 

Internet 

Antes do meme “e fora dos stories, como você está?”, Post Malone trouxe um desabafo sobre a vida superficial que é veiculada nas redes sociais em Internet. 

Produzida por Kanye West, a faixa traz duras verdades sobre o que rola por trás das fotos bem produzidas e sorrisos forçados — isso sem falar nos comentários anônimos que destroem qualquer resquício de positividade. 

Outras faixas de destaque de Hollywood’s Bleeding

O álbum Hollywood’s Bleeding conta com outros hits que provavelmente você conhece, e vamos falar deles bem brevemente. Confira: 

A Thousand Bad Times 

Em A Thousand Bad Times, Post Malone abre o leque de ocasiões em que se viu em maus lençóis em uma melodia um tanto dançante. 

Goodbyes (feat. Young Thug) 

Terceiro single do disco, a canção Goodbyes aborda a dificuldade em se desfazer dos relacionamentos mais complicados que surgem. 

Wow. 

A típica faixa ostentação para fechar o álbum, Wow. mostra o lado das conquistas, mas não sem trazer indiretas. 

Sunflower (feat. Swae Lee) 

Composta para a trilha sonora de Homem Aranha no Aranhaverso, Sunflower foi incluída no álbum e possui uma essência bem mais good vibes. 

Grandes nomes do rap internacional 

Post Malone é certamente uma das grandes revelações do rap, assim como alguns artistas internacionais que tornaram o gênero um dos mais populares do mundo.

Depois de conferir a análise do álbum Hollywood’s Bleeding, conheça os 10 maiores cantores de rap internacional de todos os tempos.