13 de Março de 2025, às 12:00
Se você tem curiosidade para saber quem é BK’, saiba que ele é considerado um dos maiores expoentes do rap brasileiro na atualidade e tem conquistado fãs por todo o Brasil, principalmente devido às letras profundas de suas músicas.
Nelas, o rapper aborda temas principalmente questões sociais, raciais e pessoais, passando histórias familiares, relacionamentos amorosos e sua visão sobre ser um cidadão brasileiro.
Entender de onde BK’ parte é essencial para sentir suas composições com ainda mais intensidade. A seguir, conheça mais sobre a biografia do artista e o pano de fundo das suas músicas.
Abebe Bikila Costa Santos, nome verdadeiro de BK’, nasceu no dia 20 de março de 1989, na Cidade de Deus, bairro localizado na Zona Oeste do Rio de Janeiro.
Seu nome artístico, BK’, é uma abreviação de seu nome completo, mas também carrega o simbolismo de seu alter ego musical.
O nome “Abebe Bikila” é uma homenagem a um famoso maratonista etíope, conhecido por vencer a maratona olímpica de Roma em 1960, sem calçados, simbolizando resistência e superação.
A infância de BK’ foi marcada pelo contraste entre os bairros da Zona Oeste e da Zona Sul do Rio de Janeiro. Aos 21 anos, ele se mudou para o bairro do Catete, na Zona Sul, um ponto estratégico que o colocou em contato com diferentes manifestações culturais e artísticas.
O ambiente urbano carioca foi determinante em sua formação musical, com a música sendo uma das principais formas de expressão dentro de sua comunidade.
Desde cedo, BK’ teve um interesse pela música, especialmente pelo rap, um gênero que representava a voz das periferias e que falava diretamente sobre os problemas que ele via ao seu redor.
O ingresso de BK’ no rap foi uma trajetória que se deu inicialmente pelas batalhas de rap, um espaço onde ele testava suas habilidades de improvisação e desenvolvia sua técnica lírica.
Durante esse período, ele se tornou um nome reconhecido nas competições de rap do Rio de Janeiro, o que o ajudou a construir um público fiel e a ganhar respeito na cena underground carioca.
Além disso, BK’ fez parte do coletivo musical Nectar Gang, um grupo que também incluía nomes como CHS, Bril e JXNVS.
Juntos, eles criaram a mixtape Seguimos na Sombra, lançada oficialmente em 2015. O projeto, que contou com participações de artistas como Pedro Qualy e Sain, foi uma espécie de laboratório para o desenvolvimento do estilo de BK’, um espaço para ele experimentar sonoridades e abordagens líricas.
O primeiro grande marco na carreira do rapper veio em 2016, com o lançamento do seu álbum de estreia, Castelos & Ruínas. O álbum foi um divisor de águas não apenas para BK’, mas também para a cena do rap nacional.
A crítica especializada apontou o trabalho como um dos melhores lançamentos de rap daquele ano, com temáticas que abordavam desde a violência policial até questões existenciais, passando pela luta contra o racismo e a desigualdade social.
Após o sucesso de Castelos & Ruínas, BK’ seguiu com uma série de lançamentos que mostraram sua evolução artística e musical.
Em 2017, ele lançou o EP Antes dos Gigantes Chegarem, Vol. 1, que serviu como uma introdução ao seu novo momento criativo. O EP foi uma síntese de tudo o que BK’ vinha explorando em sua carreira até ali, misturando elementos de rap com outras influências e abordagens experimentais.
Esse EP foi seguido por uma segunda parte, Antes dos Gigantes Chegarem, Vol. 2, que funcionou como um prelúdio para o seu segundo álbum de estúdio, Gigantes.
O álbum foi considerado um dos 25 melhores discos brasileiros do segundo semestre de 2018 pela Associação Paulista de Críticos de Arte e ficou em 21º lugar na lista da revista Rolling Stone Brasil.
Em 2020, BK’ lançou seu terceiro álbum de estúdio, O Líder em Movimento, que trouxe um tom mais político e reflexivo. Com um discurso de empoderamento negro e o combate ao racismo, o álbum foi um dos projetos mais impactantes de sua carreira.
Sem participações de outros rappers, BK’ optou por trazer uma sonoridade mais introspectiva e com uma produção mais pessoal, mais uma vez assinada por JXNV$.
Ainda em 2020, BK’ lançou o EP Cidade do Pecado, que trouxe uma sonoridade mais dançante, misturando rap com ritmos de samba e funk. O EP abordou a vida nas ruas do Rio de Janeiro, trazendo uma visão crua e real da cultura periférica.
As participações especiais de MC Marcelly, Mayra Andrade e Nill contribuíram para enriquecer ainda mais a proposta sonora do EP.
Em 2025, BK’ lançou Diamantes, Lágrimas e Rostos para Esquecer (DLRE). O disco é considerado um dos mais pessoal e introspectivos de sua carreira.
Através de letras que misturam a reflexão sobre sua ascensão social com um olhar crítico sobre as raízes culturais, BK’ mergulha em questões existenciais, relacionamentos e dilemas pessoais.
Com uma produção ousada, que utiliza samples de artistas afro-brasileiros como Milton Nascimento e Pretinho da Serrinha, o álbum busca dialogar com a tradição musical do Brasil, ao mesmo tempo em que mantém uma forte identidade do rap.
Acompanhado de um curta-metragem gravado na Etiópia, o álbum tem uma pegada quase autobiográfica, com BK’ buscando suas origens em um retorno simbólico ao país que deu nome a sua identidade artística.
O impacto de Diamantes, Lágrimas e Rostos para Esquecer tem sido sentido não apenas pela sua música, mas também pelo conceito visual que envolve o projeto, com um olhar atento às questões de identidade e ancestralidade.
As frases de BK’ são conhecidas por nos fazerem entender melhor a realidade social do Brasil. Muitas delas são duras, mas outras falam do orgulho e felicidade das origens. Em todos os casos, são composições essenciais para todos!
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