22 de Novembro de 2024, às 11:35
Dia 22 de novembro é celebrado o dia de Santa Cecília, a padroeira dos músicos e da música sacra, de acordo com a Igreja Católica. É ela que protege e abençoa essa arte que é tão essencial em nossas vidas.
É por essa importância que ela é a santa à qual mais basílicas são dedicadas em Roma. No Brasil, ela é celebrada em várias cidades, com igrejas e templos.
E, com certeza, nas listas de músicas católicas, os cantores proferem a Palavra de Deus em sua homenagem e em agradecimento por terem recebido o dom do canto sagrado.
Pensando nisso, que tal conhecer mais sobre a história de devoção de Santa Cecília, padroeira dos músicos? Saiba todos os detalhes a seguir!
Santa Cecília, a padroeira dos músicos, foi uma mulher devota a Deus e ao Catolicismo, que manteve a sua pureza até a sua morte como mártir.
Confira agora os pontos mais marcantes de sua vida e a sua importância para a Igreja Católica.
Não há muitas informações precisas sobre a vida de Santa Cecília. A sua biografia foi registrada no livro Paixão de Santa Cecília, publicado no século V, como resultado de pesquisas e escavações arqueológicas que comprovaram a sua existência.
O que se sabe é que ela nasceu em Roma no século III e foi martirizada entre os anos 176 e 180. Ela era de origem nobre, filha de um senador romano.
Desde a infância, recebeu os ensinamentos cristãos e nutria uma fé inabalável. Tanto que, quando jovem, Santa Cecília consagrou a sua virgindade a Deus.
Naquela época, ela também tocava um instrumento que antecedeu o piano e já mostrava ter o dom da música. E frequentava escondida as missas do Papa Urbano I nas catacumbas da Via Ápia.
Ao atingir a idade para o casamento, ela acabou sendo prometida a um jovem chamado Valeriano. Mesmo sabendo de sua promessa, a família não abriu mão de casá-la. Diante dessa recusa, Cecília rezou à Virgem Maria, pedindo ajuda para manter o seu voto de castidade e a fidelidade ao seu verdadeiro marido, Jesus Cristo.
No dia da noite de núpcias, Cecília contou ao marido sobre a sua promessa. Ela lhe explicou que um anjo guardava a sua virgindade e qualquer ação contra esse voto provocaria a ira de Deus contra ele. Por outro lado, caso contribuísse para mantê-lo, ele receberia as bênçãos eternas do Pai.
Valeriano, ainda pagão, emocionou-se com a sinceridade e a devoção da esposa, mas disse que só acreditaria em suas palavras se ele mesmo visse o anjo. Cecília então lhe disse que ele o veria caso se convertesse ao Cristianismo.
Em seguida, ele relatou ao seu irmão, Tibúrcio, tudo o que havia ouvido da esposa. O cunhado também se emocionou e também decidiu pela conversão. Eles foram batizados pelo Papa Urbano I, naquela mesma noite.
De acordo com a tradição católica, assim que voltou para casa, Valeriano de fato avistou um anjo ao lado de Cecília.
Tempos mais tarde, o prefeito da cidade de Roma, Turcius Almachius, ficou sabendo da conversão de dois irmãos e os levou a julgamento.
Diante da recusa de abandonar a religião, eles foram condenados à morte e morreram pela chamada “pena capital”, ou seja, foram decapitados.
Alguns meses depois da morte do marido e do cunhado, Cecília também foi condenada. Ela recebeu a pena de asfixia por vapores de água, trancada em uma terma. Embora a temperatura no local estivesse bastante elevada, praticamente insuportável, ela nada sofreu e sobreviveu à condenação.
Então, Almachius resolveu aplicar-lhe a decapitação. O algoz desferiu três golpes na nuca de Cecília, mas a cabeça nem chegou a se separar do corpo. Apesar disso, ela caiu ao chão, mortalmente ferida.
Durante 3 dias, Cecília permaneceu na mesma posição e avisou ao Papa sobre o seu desejo de doar todos os seus pertences aos pobres. Ela também lhe pediu para transformar a sua casa em Igreja, o que ocorreu logo após a sua morte.
Depois disso, ela não conseguia mais falar, mas continuou professando a sua fé ao Deus uno e trino, pelos gestos das mãos. Passado esse período de convalescença, Santa Cecília morreu e foi enterrada na Catacumba de São Calisto.
O dia 22 de novembro foi o escolhido para celebrar Santa Cecília, a padroeira dos músicos e da música sacra. A data foi eleita porque é também o Dia da Música e dos Músicos.
De acordo com alguns historiadores, esse também é o dia do seu nascimento. Entretanto, não é possível comprovar esse fato, pois não há documentos suficientes que registrem aquele período da história.
Segundo relatos de pessoas que acompanharam a condenação de Santa Cecília, enquanto estava presa na terma, ela cantou incessantemente canções de louvor e adoração católica. Enquanto agonizava, foi salva pelo poder da música sacra.
Há outros registros de que, na cerimônia de seu casamento com Valeriano, Santa Cecília teria ouvido o som de instrumentos musicais e, inspirada pela beleza dessa arte, teria pedido ao Senhor que guardasse o seu corpo e a sua alma, para que não fosse confundida.
Esse seria outro motivo pelo qual é considerada padroeira dos músicos e da música sacra.
Devido a sua importância para a música, a imagem de Santa Cecília é sempre representada com um instrumento musical em suas mãos. Em algumas pinturas, ela é acompanhada por um anjo.
Para os católicos, Santa Cecília é considerada uma mártir da Igreja, por defender a sua fé até a morte. Por isso, quando querem honrar e louvar a sua história e pedir por proteção, eles recorrem à oração de Santa Cecília.
Confira o texto sagrado na íntegra e aproveite para pedir a sua bênção divina:
Ó, gloriosa Santa Cecília, espelho de pureza e modelo de esposa cristã. Revesti-nos de inviolável confiança na misericórdia de Deus, pelos merecimentos infinitos de Nosso Senhor Jesus Cristo. Dilatai o nosso coração, para que, abrasados do amor de Deus, não nos desviemos jamais da salvação eterna. Amém!
Além das manifestações clássicas da Igreja Católica, como a construção de templos e esculturas em homenagem à Santa Cecília, compositores eruditos importantes, como Henry Purcell, Georg Friedrich Händel e Benjamin Britten criaram canções dedicadas a ela.
Há também referências a Santa Cecília em poemas de autores como John Dryden, Alexander Pope e W. H. Auden, e em obras de pintores famosos, como o renascentista Rafael, com o quadro Êxtase de Santa Cecília.
Passando para os dias atuais, os músicos Dave Grohl, Paul Simon e David Byrne já se declararam devotos de Santa Cecília e incluíram menções à Padroeira dos Músicos em suas composições, como Saint Cecilia, do Foo Fighters, a banda do Dave Grohl:
Agora que você já sabe todos os detalhes da vida de Santa Cecília, a padroeira dos músicos e da música sacra, que tal ouvir os hinos que continuam a tocar nas missas e nos encontros da Igreja Católica?
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