8 de Outubro de 2025, às 17:02
Com referências a uma das personagens mais trágicas da obra de Shakespeare, Taylor Swift cria em The Fate of Ophelia uma música romântica com significado profundo, repleta de metáforas à literatura e ao seu romance com Travis Kelce.
Reimaginando a figura de Ofélia, de Hamlet, a artista dá um novo desfecho à personagem através da canção e de um videoclipe visualmente carregado, dirigido por ela própria, com inúmeros easter eggs à sua vida e obra.

Entenda o significado de The Fate of Ophelia, de Taylor Swift, e como a música e videoclipe se conectam ao texto de Shakespeare e ao noivado da cantora.
A referência central de The Fate of Ophelia é uma das personagens mais trágicas de Shakespeare.
Conhecida nas traduções em português como Ofélia, sua história narra a loucura e a perda. Silenciada em meio a pressões sociais, acaba em grande angústia após a morte do pai e rejeição de Hamlet.
Tamanha dor a deixa em profundo estado de desequilíbrio mental, e morre após cair em um rio enquanto colhia flores.
Taylor Swift usa a figura de Ofélia para falar sobre assuntos ligados à sua vida profissional e pessoal, como o medo de sucumbir à fama e as relações passadas, que a faziam se sentir afogada.
Mas a cantora se contrapõe ao destino trágico ao subverter a história em sua música, transformando-a em uma narrativa de resgate quando a eu-lírico é salva do afogamento — interpretação que se relaciona ao noivado de Taylor Swift com Travis Kelce.
Veja como Taylor Swift dá novo significado à história em The Fate of Ophelia:
I heard you calling on the megaphone
Ouvi você me chamar pelo megafone
You wanna see me all alone
Você quer me ver a sós
As legend has it, you are quite the pyro
Reza a lenda que você é um belo piromaníaco
You light the match to watch it blow
Você acende o fósforo só para assistir tudo explodir
Taylor abre a música relacionando sua vida com a da trama de Shakespeare. Hamlet, assim como o homem citado na música como piromaníaco, tem o dom de provocar o caos que consome Ofélia.
No entanto, conforme a música evolui, vemos que a eu-lírico não terá o mesmo destino que a personagem da literatura.
And if you’d never come for me
E se você nunca tivesse vindo me resgatar
I might’ve drowned in the melancholy
Eu poderia ter me afogado na melancolia
I swore my loyalty to me (me), myself (myself) and I (I)
Jurei lealdade a mim (mim), a mim mesma (mim mesma) e eu (eu)
Right before you lit my sky up
Logo antes de você iluminar o meu céu
O amor resgatou a eu-lírico de ter o destino de Ofélia. O verso Eu poderia ter me afogado na melancolia conecta a narrativa de Swift ao desfecho da personagem ao citar um afogamento — ainda que metafórico.
(All that time) I sat alone in my tower
(Todo aquele tempo) que fiquei sozinha na minha torre
You were just honing your powers
Você estava apenas aprimorando os seus poderes
Now I can see it all (see it all)
Agora consigo entender tudo (entender tudo)
(Late one night) you dug me out of my grave and
(Certa noite) você me desenterrou do meu túmulo e
Saved my heart from the fate of Ophelia (Ophelia)
Salvou o meu coração do destino de Ofélia (Ofélia)
Figuras como torres e túmulos são usadas por Taylor Swift para falar sobre seu isolamento como figura pública, que por vezes se vê sozinha, física ou emocionalmente.
A eu-lírico é resgatada dessa solidão, conectando-se com a vida da artista e como o relacionamento com Travis Kelce fez bem a ela. A música continua com mais insinuações ao noivo, com figuras de seu universo como jogador de futebol americano:
Pledge allegiance to your hands, your team, your vibes
Juro lealdade às suas mãos, ao seu time, à sua energia
O clipe de The Fate of Ophelia, roteirizado e dirigido pela própria Taylor Swift, estreou nos cinemas no início de outubro como o documentário Taylor Swift: The Official Release Party of a Showgirl, enfatizando a complexidade do projeto.
The Fate of Ophelia apresenta uma série de cenas que reconstroem “Ofélias” através das eras.
O vídeo começa com Taylor deitada na água, cercada de flores, recriando a obra Ophelia (1852) de John Everett Millais, representação visual da morte de Ofélia em Hamlet.

Outras Ofélias ganham vida ao longo do clipe. Como melindrosa, mulheres que eram símbolo de liberdade na década de 1920, Taylor ressignifica a melancolia e passividade de Ofélia ao transformá-la em uma mulher empoderada, rompendo com as normas tradicionais.
O mesmo acontece nas cenas em que aparece como showgirl, dando à Ofélia a chance de controlar a própria narrativa, transformando-a em um espetáculo.
Como nadadora sincronizada, a água torna a conexão entre as personagens ainda mais profunda: agora, Ofélia não morre na água, e sim a domina.
Diversos elementos em The Fate of Ophelia fazem referências a outras músicas do álbum The Life of a Showgirl, transformando o vídeo em uma experiência interativa de caça aos easter eggs.
Um pêssego e um colar de pérolas sobre uma mesa fazem referência ao título do álbum The Life of a Showgirl.
O pêssego simboliza a feminilidade e o colar traz a sofisticação. Juntos, referem-se à dualidade da artista, entre o glamour do pop e a sua vida privada romântica.
Na reta final do clipe, Taylor comemora com seus dançarinos e uma mulher aparece com um chihuahua na bolsa — referência à música Actually Romantic, para demonstrar que nada a abala mais:
Like a toy chihuahua barking at me from a tiny purse
Como um chihuahua minúsculo latindo para mim de dentro de uma bolsinha
That’s how much it hurts
Esse é o tanto que machuca
Já na última cena, uma estátua do Oscar está caída ao lado da banheira. O item conecta-se à faixa Wi$h Li$t, canção que satiriza as grandes (e vazias) ambições das estrelas do pop enquanto a eu-lírico só quer estar ao lado da pessoa amada.
They want that critical smash Palme d’Or
Todos querem aquele sucesso de crítica, a Palma de Ouro
And an Oscar on their bathroom floor
E um Oscar no chão do banheiro
Uma pedra de opalite também pode ser vista próximo à banheira, referência direta à música Opalite, sobre a felicidade de estar em um relacionamento saudável, mais uma vez baseando-se em seu noivado com Travis.
E falando em Travis Kelce, uma foto em preto e branco dele aparece colada no espelho do camarim do clipe.
Na cena a caminho do quarto de hotel, duas outras referências ao jogador são notadas: Taylor pega uma bola de futebol americano no corredor e entra no quarto 87, número de sua camisa.

As menções, embora discretas, ressaltam a importância de Travis na vida de Taylor e como o seu amor a salvou — e inspirou The Fate of Ophelia.
Fazendo jus ao nome do álbum, The Life of a Showgirl, Taylor Swift expande seu significado no clipe de The Fate of Ophelia ao adotar uma estética de espetáculo.
Voltando a trabalhar com os bailarinos da The Eras Tour, Taylor entra em cena com coreografia de Mandy Moore e figurinos com referências a ícones como Bob Mackie e Alberta Ferretti, que reforçam a conexão do clipe com o teatro, a performance e ao seu próprio trabalho.
Em The Fate of Ophelia, Taylor Swift consegue ampliar o significado da letra da música, transformando sua metáfora ressignificada de Ofélia em uma grande performance visual, que mistura homenagem literária ao seu autorretrato de showgirl.
Além dos diversos easter eggs de The Fate of Ophelia, o álbum The Life of a Showgirl apresenta uma série de referências à vida e obra de Taylor Swift, respondendo intrigas com outros artistas e abrindo o jogo sobre o seu relacionamento com Travis Kelce.
Confira os easter eggs do novo álbum de Taylor Swift!





Curta as suas músicas sem interrupções
Pague uma vez e use por um ano inteiro
R$ /ano
Use o Letras sem anúncios.
R$ /ano
Benefícios Premium + aulas de idiomas com música.
Já é assinante? Faça login.