Get Up, Stand Up

Justiça e resistência em "Get Up, Stand Up" de Bob Marley

"Get Up, Stand Up", de Bob Marley, é uma música marcada pela rejeição à passividade diante da opressão. Inspirado pela pobreza e repressão que presenciou no Haiti, Marley transforma sua indignação em um chamado direto à ação. Ele critica a promessa de salvação apenas após a morte, como na linha “Preacher man, don't tell me / Heaven is under the earth” (Pastor, não me diga / Que o paraíso está debaixo da terra), incentivando as pessoas a buscarem justiça e dignidade no presente, sem esperar recompensas apenas no além. O refrão repetitivo e enfático – “Get up, stand up: Stand up for your rights” – reforça a urgência e o caráter coletivo da luta, tornando a música um hino de resistência.

A canção também questiona a religião institucionalizada, especialmente ao afirmar “Almighty God is a living man” (Deus Todo-Poderoso é um homem vivo), referência à crença rastafári de que Haile Selassie seria a encarnação de Deus. Essa ideia desafia a visão tradicional de um Deus distante e destaca a importância da ação humana na busca por justiça. Ao dizer “You can fool some people sometimes / But you can't fool all the people all the time” (Você pode enganar algumas pessoas às vezes / Mas não pode enganar todas as pessoas o tempo todo), Marley denuncia manipulações e falsas promessas de líderes religiosos e políticos, convocando o ouvinte a despertar e agir. O tom motivador e combativo, aliado à melodia marcante, faz de "Get Up, Stand Up" um símbolo duradouro de empoderamento e luta pelos direitos humanos.