Hors-saison
C'est le silence
Qui se remarque le plus
Les volets roulants tous descendus
De l'herbe ancienne
Dans les bacs à fleurs
Sur les balcons
On doit être Hors-Saison
La mer quand même
Dans ses rouleaux continue
Son même thème
Sa chanson vide et têtue
Pour quelques ombres perdues
Sous des capuchons
On doit être Hors-Saison
Le vent transperce
Ces trop longues avenues
Quelqu'un cherche une adresse inconnue
Et le courrier déborde
Au seuil des pavillons
On doit être Hors-Saison
Une ville se fâne
Dans les brouillards salés
La colère océane est trop près
Les tourments la condamnent
Aux écrans de fumée
Personne ne s'éloigne du quai
On pourrait tout prendre
Les murs, les jardins, les rues
On pourrait mettre
Aux boîtes aux lettres nos prénoms dessus
Ou bien peut-être un jour
Les gens reviendront
On doit être Hors-Saison
La mer quand même
Dans ses rouleaux continue
Son même thème
Sa chanson vide "où es-tu ?"
Tout mon courrier déborde
Au seuil de ton pavillon
On doit être Hors-Saison...
Une ville se fâne
Dans les brouillards salés
La colère océane est trop près
Les tourments la condamnent
Aux écrans de fumée
Personne ne s'éloigne du quai
Fora de Época
É o silêncio
Que mais se destaca
As persianas todas fechadas
Da grama antiga
Nos vasos de flores
Nos varandas
Devemos estar Fora de Época
O mar, mesmo assim
Em suas ondas continua
Seu mesmo tema
Sua canção vazia e teimosa
Para algumas sombras perdidas
Sob capuzes
Devemos estar Fora de Época
O vento atravessa
Essas avenidas longas demais
Alguém procura um endereço desconhecido
E a correspondência transborda
Na porta dos sobrados
Devemos estar Fora de Época
Uma cidade murcha
Nos nevoeiros salgados
A fúria do oceano está muito perto
Os tormentos a condenam
A telas de fumaça
Ninguém se afasta do cais
Poderíamos levar tudo
As paredes, os jardins, as ruas
Poderíamos colocar
Nossas names nas caixas de correio
Ou talvez um dia
As pessoas voltarão
Devemos estar Fora de Época
O mar, mesmo assim
Em suas ondas continua
Seu mesmo tema
Sua canção vazia "onde você está?"
Toda a minha correspondência transborda
Na porta do seu sobrado
Devemos estar Fora de Época...
Uma cidade murcha
Nos nevoeiros salgados
A fúria do oceano está muito perto
Os tormentos a condenam
A telas de fumaça
Ninguém se afasta do cais
Composição: Francis Cabrel