Quatre-vingt-quinze pour cent

La femme qui possède tout en elle
Pour donner le goût des fêtes charnelles
La femme qui suscite en nous tant de passion brutale
La femme est avant tout sentimentale
Mains dans la main les longues promenades
Les fleurs, les billets doux, les sérénades
Les crimes, les folies que pour ses beaux yeux l'on commet
La transportent, mais

Quatre-vingt-quinze fois sur cent
La femme s'emmerde en baisant
Qu'elle le taise ou le confesse
C'est pas tous les jours qu'on lui déride les fesses
Les pauvres bougres convaincus
Du contraire sont des cocus
A l'heure de l'oeuvre de chair
Elle est souvent triste, peuchère
S'il n'entend le coeur qui bat
Le corps non plus ne bronche pas

Sauf quand elle aime un homme avec tendresse
Toujours sensible alors à ses caresses
Toujours bien disposée, toujours encline à s'émouvoir
Ell' s'emmerd' sans s'en apercevoir
Ou quand elle a des besoins tyranniques
Qu'elle souffre de nymphomanie chronique
C'est ell' qui fait alors passer à ses adorateurs
De fichus quarts d'heure

Quatre-vingt-quinze fois sur cent
La femme s'emmerde en baisant
Qu'elle le taise ou le confesse
C'est pas tous les jours qu'on lui déride les fesses
Les pauvres bougres convaincus
Du contraire sont des cocus
A l'heure de l'oeuvre de chair
Elle est souvent triste, peuchère
S'il n'entend pas le coeur qui bat
Le corps non plus ne bronche pas

Les: Encore; les: C'est bon; les: Continue
Qu'ell' crie pour simuler qu'ell' monte aux nues
C'est pure charité, les soupirs des anges ne sont
En général que de pieux mensonges
C'est à seule fin que son partenaire
Se croie un amant extraordinaire
Que le coq imbécile et prétentieux perché dessus
Ne soit pas déçu

Quatre-vingt-quinze fois sur cent
La femme s'emmerde en baisant
Qu'elle le taise ou le confesse
C'est pas tous les jours qu'on lui déride les fesses
Les pauvres bougres convaincus
Du contraire sont des cocus
A l'heure de l'oeuvre de chair
Elle est souvent triste, peuchère
S'il n'entend pas le coeur qui bat
Le corps non plus ne bronche pas

J'entends aller bon train les commentaires
De ceux qui font des châteaux à cythère
C'est parce que tu n'es qu'un malhabile, un maladroit
Qu'elle conserve toujours son sang-froid
Peut-être, mais les assauts vous pèsent
De ces petits m'as-tu-vu-quand-je-baise
Mesdam's, en vous laissant manger le plaisir sur le dos
Chantez in petto

Quatre-vingt-quinze fois sur cent
La femme s'emmerde en baisant
Qu'elle le taise ou le confesse
C'est pas tous les jours qu'on lui déride les fesses
Les pauvres bougres convaincus
Du contraire sont des cocus
A l'heure de l'oeuvre de chair
Elle est souvent triste, peuchère
S'il n'entend pas le coeur qui bat
Le corps non plus ne bronche pas

Noventa e Cinco Por Cento

A mulher que tem tudo
Para despertar o gosto pelas festas carnais
A mulher, que suscita em nós tanta paixão brutal
A mulher, antes de tudo, é sentimental
Longos passeios de mãos dadas
Flores, bilhetinhos de amor, serenatas
Crimes, loucuras que se cometem pelos seus belos olhos
Tudo isso a arrebata, mas

Noventa e cinco por cento das vezes
Em que trepa, a mulher fica de saco cheio
Quer ela o cale, quer o confesse
Nem todos os dias lhe desenrugamos a bunda
Os pobres varões convictos
Do contrário são cornudos
Na hora da obra carnal
Ela está frequentemente triste, coitada!
Se ele não ouvir o coração dela bater
É porque tampouco o corpo dela se agita

Exceto quando ela ama um homem com ternura
Sempre sensível, então, às suas carícias
Sempre bem disposta, sempre tendendo a se emocionar
Ela fica de saco cheio sem notar
Ou quando tem necessidades tirânicas
Quando sofre de ninfomania crônica
Então, é ela quem faz com que seus adoradores passem
Péssimos quartos de hora

Noventa e cinco por cento das vezes em que trepa
A mulher fica de saco cheio
Quer ela o cale, quer o confesse
Nem todos os dias lhe desenrugamos a bunda
Os pobres varões convictos
Do contrário são cornudos
Na hora da obra carnal
Ela está frequentemente triste, coitada!
Se ele não ouvir o coração dela bater
É porque tampouco o corpo dela se agita

Os mais um! Os que bom! Os continua!
Que ela grita para fingir que está nas nuvens
É caridade pura, os suspiros dos anjos só são
Em geral, mentiras caridosas
São só ditas para que o parceiro
Se ache um amante extraordinário
Que o galo imbecil e pretensioso empoleirado sobre ela
Não fique decepcionado

Noventa e cinco por cento das vezes em que trepa
A mulher fica de saco cheio
Quer ela o cale, quer o confesse
Nem todos os dias lhe desenrugamos a bunda
Os pobres varões convictos
Do contrário são cornudos
Na hora da obra carnal
Ela está frequentemente triste, coitada!
Se ele não ouvir o coração dela bater
É porque tampouco o corpo dela se agita

Já ouço circularem rapidamente os comentários
Daqueles que fazem castelos em Citera
Você não passa de um desajeitado, de um desengonçado
É por isso que ela mantém sempre o sangue-frio
Talvez, mas se, para vocês, são pesados
Os assédios desses: Sou o máximo trepando
Senhoras, deixando que lhes comam o prazer pelas costas
Cantem, do fundo do peito

Noventa e cinco por cento das vezes
Em que trepa, a mulher fica de saco cheio
Quer ela o cale, quer o confesse
Nem todos os dias lhe desenrugamos a bunda
Os pobres varões convictos
Do contrário são cornudos
Na hora da obra carnal
Ela está frequentemente triste, coitada!
Se ele não ouvir o coração dela bater
É porque tampouco o corpo dela se agita

Composição: Georges Brassens