Faça login para habilitar sua assinatura e dê adeus aos anúncios

Fazer login
exibições de letras 654

Supplique Pour Être Enterré Sur La Plage de Sète

Georges Brassens

Letra

Súplica Para Ser Enterrado Na Praia de Sète

Supplique Pour Être Enterré Sur La Plage de Sète

A Indesejada, que nunca me perdoou
La Camarde qui ne m'a jamais pardonné

Por ter semeado flores nos buracos de seu nariz
D'avoir semé des fleurs dans les trous de son nez

Persegue-me com zelo imbecil
Me poursuit d'un zèle imbécile

Então, muito acossado pelos funerais
Alors cerné de près par les enterrements

Achei bom pôr em dia meu testamento
J'ai cru bon de remettre à jour mon testament

Oferecer a mim mesmo um codicílio
De me payer un codicille

Mergulha na tinta azul do Golfo do Leão
Trempe dans l'encre bleue du Golfe du Lion

Mergulha, mergulha tua pena, meu velho tabelião
Trempe, trempe ta plume, ô mon vieux tabellion

E, com tua letra mais bonita
Et de ta plus belle écriture

Anota o que deverá ser do meu corpo
Note ce qu'il faudra qu'il advint de mon corps

Quando minha alma e ele já não estiverem de acordo
Lorsque mon âme et lui ne seront plus d'accord

A não ser quanto a um só ponto: a ruptura
Que sur un seul point: la rupture

Quando minha alma tiver alçado voo no horizonte
Quand mon âme aura pris son vol à l'horizon

Rumo às de Gavroche e Mimi Pinson
Vers celle de Gavroche et de Mimi Pinson

Às dos meninos de Paris, das costureirinhas
Celles des titis, des grisettes

Que para minha terra natal meu corpo seja levado
Que vers le sol natal mon corps soit ramené

Num carro-leito do Paris-Mediterrâneo
Dans un sleeping du Paris-Méditerranée

Com terminal na estação de Sète
Terminus en gare de Sète

Meu jazigo de família, infelizmente, não está novo em folha
Mon caveau de famille, hélas! N'est pas tout neuf

Falando vulgarmente, está tão cheio quanto um ovo
Vulgairement parlant, il est plein comme un œuf

E daqui até que alguém dele saia
Et d'ici que quelqu'un n'en sorte

Há o risco de fazer-se tarde e não posso
Il risque de se faire tard et je ne peux

Dizer a essa gente boa: Um passinho à frente!
Dire à ces braves gens: Poussez-vous donc un peu

Cedam o lugar aos jovens, de certo modo
Place aux jeunes en quelque sorte

Bem na beira do mar, a dois passos das ondas azuis
Juste au bord de la mer à deux pas des flots bleus

Cavem, se for possível, um buraquinho macio
Creusez si c'est possible un petit trou moelleux

Um bom nicho pequenininho
Une bonne petite niche

Junto aos meus amigos de infância, os golfinhos
Auprès de mes amis d'enfance, les dauphins

Ao longo daquela praia onde a areia é tão fina
Le long de cette grève où le sable est si fin

Na Praia da Cornicha
Sur la plage de la corniche

É uma praia em que, mesmo nos momentos de fúria
C'est une plage où même à ses moments furieux

Netuno nunca se leva a sério demais
Neptune ne se prend jamais trop au sérieux

Em que, quando um barco naufraga
Où quand un bateau fait naufrage

O capitão grita: Sou o mestre a bordo!
Le capitaine crie: Je suis le maître à bord!

Salve-se quem puder; primeiro, o vinho e o anisete
Sauve qui peut, le vin et le pastis d'abord

Cada um com sua garrafa, e ânimo!
Chacun sa bonbonne et courage

E foi lá que, outrora, com mais de quinze anos
Et c'est là que jadis à quinze ans révolus

Na idade em que se divertir sozinho já não basta
A l'âge où s'amuser tout seul ne suffit plus

Conheci minha primeira namoradinha
Je connus la prime amourette

Com uma sereia, uma mulher-peixe
Auprès d'une sirène, une femme-poisson

Tive a primeira lição de amor
Je reçus de l'amour la première leçon

Engoli o primeiro espinho
Avalai la première arête

Com todo o respeito que merece Paul Valéry
Déférence gardée envers Paul Valéry

Eu, humilde trovador, copio-o e acrescento
Moi l'humble troubadour sur lui je renchéris

Que o bom mestre me perdoe!
Le bon maître me le pardonne

E, pelo menos, se seus versos valem mais do que os meus
Et qu'au moins si ses vers valent mieux que les miens

Que meu cemitério seja mais marinho do que o seu
Mon cimetière soit plus marin que le sien

E não desagrade aos autóctones
Et n'en déplaise aux autochtones

Esse túmulo, sanduíche entre céu e água
Cette tombe en sandwich entre le ciel et l'eau

Não dará uma triste sombra ao quadro
Ne donnera pas une ombre triste au tableau

Mas, sim, um encanto indefinível
Mais un charme indéfinissable

As banhistas o usarão como biombo
Les baigneuses s'en serviront de paravent

Para mudar de trajes e as criancinhas
Pour changer de tenue et les petits enfants

Dirão: Legal, um castelo de areia!
Diront: Chouette, un château de sable!

Seria pedir demais? No meu montinho
Est-ce trop demander: sur mon petit lopin

Plantem, rogo-lhes, uma espécie de pinheiro
Planter, je vous en prie une espèce de pin

Pinheiro guarda-sol, de preferência
Pin parasol de préférence

Que saberá preservar da insolação
Qui saura prémunir contre l'insolation

Os bons amigos que vierem fazer
Les bons amis venus faire sur ma concession

Afetuosas reverências sobre meu túmulo
D'affectueuses révérences

Ora vindos da Espanha, ora da Itália
Tantôt venant d'Espagne et tantôt d'Italie

Carregadinhos de perfumes, de belas músicas
Tous chargés de parfums, de musiques jolies

O Mistral e a Tramontana
Le Mistral et la Tramontane

Sobre meu sono derradeiro derramarão ecos
Sur mon dernier sommeil verseront les échos

Um dia de vilanelo, um dia de fandango
De villanelle, un jour, un jour de fandango

De tarantela, de sardana
De tarentelle, de sardane

E, quando, confundindo meu morrinho com um travesseiro
Et quand prenant ma butte en guise d'oreiller

Uma ondina vier gentilmente dormitar
Une ondine viendra gentiment sommeiller

Com traje quase nenhum
Avec moins que rien de costume

Peço, de antemão, perdão a Jesus
J'en demande pardon par avance à Jésus

Se a sombra da minha cruz deitar-se um pouco em cima dela
Si l'ombre de ma croix s'y couche un peu dessus

Para uma felicidadezinha póstuma
Pour un petit bonheur posthume

Pobres reis, faraós, pobre Napoleão
Pauvres rois pharaons, pauvre Napoléon

Pobres grandes desaparecidos que jazem no Panteão
Pauvres grands disparus gisant au Panthéon

Pobres cinzas de grande envergadura
Pauvres cendres de conséquence

Todos invejarão um pouco o eterno veranista
Vous envierez un peu l'éternel estivant

Que pratica pedalinho na onda, sonhando
Qui fait du pédalo sur la vague en rêvant

Que passa a morte de férias
Qui passe sa mort en vacances

Todos invejarão um pouco o eterno veranista
Vous envierez un peu l'éternel estivant

Que pratica pedalinho na onda, sonhando
Qui fait du pédalo sur la vague en rêvant

Que passa a morte de férias
Qui passe sa mort en vacances

Adicionar à playlist Tamanho Cifra Imprimir Corrigir
Composição: Georges Brassens. Essa informação está errada? Nos avise.
Traduzida por HACI. Revisões por 3 pessoas . Viu algum erro? Envie uma revisão.

Comentários

Envie dúvidas, explicações e curiosidades sobre a letra

0 / 500

Faça parte  dessa comunidade 

Tire dúvidas sobre idiomas, interaja com outros fãs de Georges Brassens e vá além da letra da música.

Conheça o Letras Academy

Enviar para a central de dúvidas?

Dúvidas enviadas podem receber respostas de professores e alunos da plataforma.

Fixe este conteúdo com a aula:

0 / 500


Opções de seleção