Selva de Muerte

Ronda la muerte
Corre por mis venas
Pierde su temperamento
Recorre su alimento
Planea por su descontento
Brinda por sus penas
Pasea su desaliento

Ronda la muerte
Tiende sus ojos al viento
Viajan por mi piel mis arañas
Por su tela las alimañas
Muerden mis huesos las pirañas
Que no comprenden lo que siento
Pues ya han vivido sus hazañas

Ronda la muerte
Aplasta su luz al llanto
Verde su risa de plomo
Gris el tapiz de su lomo
Piedras de mar entre tanto
Ahuyentan mis pisadas de espanto
Huyo de sus cuentos y no los como

Ronda la muerte
Se arrastra el murmullo de la serpiente
Sigue goteando su zumo
Se ríe de la comedia de su gente
Que traza un rumbo de papel en la mente
Y hasta mientras yo me exhumo
Observando como del polvo nos hacemos humo

Selva da Morte

Ronda a morte
Corre em minhas veias
Perde seu temperamento
Busca seu alimento
Planeja por seu descontentamento
Brinda por suas penas
Passeia seu desalento

Ronda a morte
Estende seus olhos ao vento
Viajam em minha pele minhas aranhas
Por sua teia as alimárias
Mordem meus ossos as piranhas
Que não compreendem o que sinto
Pois já viveram suas proezas

Ronda a morte
Esmaga sua luz ao choro
Verde seu riso de chumbo
Cinza o tapete de seu lombo
Pedras do mar entre tanto
Afugentam meus passos de espanto
Fujo de suas histórias e não as como

Ronda a morte
Arrasta-se o murmúrio da serpente
Continua pingando seu suco
Ri da comédia de seu povo
Que traça um rumo de papel na mente
E enquanto isso eu me exumo
Observando como do pó nos tornamos fumaça

Composição: Christian Stephen Proaño