exibições de letras 39

João Palhaço

Carlito

Letra

    Já fazia quinze dia
    Que o Pavilhão Maravia
    Trabaiava no cerrado
    O povo com ansiedade
    Pra vê tanta novidade
    Atopetava o tabuado
    Vinha gente dos Pinheiro
    Da fazenda dos Barreiro
    Lá do arto do grotão

    O circo pobre, pequeno
    Chamava tanta atenção
    No trapézio tinha um moço
    Rodava que nem pião
    Tinha um mico corriqueiro
    Dava dez sarto no chão
    Tinha uma moça bonita
    Chamava Chiquita
    E cantava com o violão

    Era tanta novidade
    Que o povo com laridade
    Com as parma tampava o espaço
    Só despois se esvaziava
    Com o gargaiá que encantava
    Do popular João Paiaço
    João Paiaço era levado
    Feioso, desengonçado
    Espirituoso nas piada

    Caía no chão, dava cambaiota
    Era o enlevo das veiota
    Das moça e das criançada
    Tava sempre sorridente
    Mostrando os toco de dente
    Naquela boca chupada
    Seus cabelos quase branco
    A gente enxergava os tranco
    Da sua idade avançada

    Trabaiava com Chiquita
    A moreninha bonita
    A sua esperança da vida
    O que ele mais adorava
    E todo esforço empregava
    Por sua fia querida
    O dono da companhia
    O véio seu Zacaria
    Era louco por Chiquita

    Por isso vivia amando
    Pra moça se declarando
    Só com palavras bonita
    João Paiaço, traquejado
    Caboclo muito viajado
    Começou a compreendê
    Chamou sua fia querida
    Vamo deixá essa vida
    E deu toda explicação

    Chiquita dando risada
    Meu pai, num acontece nada
    Pro seu Zacaria não dou atenção
    João Paiaço, coitado
    Se condenava o curpado
    Do vício da mocinha
    Quantas vez ele chorava
    Quando a sua cara pintava
    No canto da barraquinha

    Era sábado de Aleluia
    Noite de muita buia
    O circo tava lotado
    Os grito de todo lado
    Que nem berreiro de gado
    Aperfurava o espaço
    De toda boca se ouvia
    Numa só voz que repetia
    Que venha logo o João Paiaço

    Na barraca de Chiquita
    Arguma coisa esquisita
    Acabava de acontecê
    O danado Zacaria
    Criminoso e sangue fria
    E picado de paixão
    Estrangulou sua amada
    Com a fúria desesperada
    Das onça lá do sertão

    O povo tava inconsciente
    Já reclamando impaciente
    O principiá da função
    A música toca um dobrado
    Que nem dobre de finado
    Tão triste de se escuitá
    Nisto entra o João Paiaço
    Trazendo a fia nos braço
    Cabando de suspirá

    E dentro do picadeiro
    Oiando pro circo inteiro
    De cabeça levantada
    Deu dois passo na frente
    E como um pobre demente
    Deu terrive gargaiada
    Ah, ah, ah, ah

    Ri, platéia, ri
    Ah, ah, ah, ah
    Faça agora como eu faço
    Ri, platéia, ri
    Da desgraça dum paiaço

    Foi sortando o corpo fria
    De sua querida fia
    Na dura terra do chão
    E se rindo que nem louco
    Foi cravando pouco a pouco
    Uma faca no coração

    Caiu junto de Chiquita
    Beijando as face bonita
    E despois se estremeceu
    Foi desgraçada sua sorte
    Mas foi se rindo da morte
    Que João Paiaço morreu


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