395px

Humilhação

Carlos Bahr

Humillación

Yo no sabía del amor que se arrodilla,
balbuceando ruegos, manso de altiveces.
Fue de ese modo, con flaquezas que aún me humillan,
como en mi delirio, te llegué a querer.

Hoy que despierto frente a tu liviana pasión
en mi conciencia que sintió de lleno el rigor,
brota a despecho de este amor que me envilece,
el grito rebelde de mi humillación.

Odio este amor, que me humilló a tus antojos,
odio este amor, que me enseñó a suplicar.
Ansia torpe que me arrodilló
bajo el yugo de tu pretensión,
odio este amor que al doblegar mi entereza,
me rebajó, a mendigar tu calor.

No te reprocho si tu amor que fue inconstante,
puso en mi existencia, sombras de abandono;
ni tienes culpa si maldigo a cada instante,
lo que fue flaqueza de mi corazón.

Mía es la culpa por haber rodado a tus pies,
y es mi castigo condenar mi propia pasión,
frente al reproche de mi orgullo lastimado,
que no se consuela de su humillación.

Humilhação

Eu não sabia do amor que se ajoelha,
balbuciando súplicas, manso de arrogância.
Foi assim, com fraquezas que ainda me humilham,
como no meu delírio, cheguei a te amar.

Hoje que acordo diante da sua leve paixão
na minha consciência que sentiu de cheio o rigor,
brota em desespero esse amor que me envergonha,
o grito rebelde da minha humilhação.

Odeio esse amor, que me humilhou aos seus caprichos,
odeio esse amor, que me ensinou a implorar.
Ânsia tola que me fez ajoelhar
sob o jugo da sua pretensão,
odeio esse amor que ao dobrar minha firmeza,
me rebaixou, a mendigar seu calor.

Não te culpo se seu amor foi inconstante,
colocou na minha vida, sombras de abandono;
nem tens culpa se amaldiçoo a cada instante,
o que foi fraqueza do meu coração.

A culpa é minha por ter rolado aos seus pés,
e é meu castigo condenar minha própria paixão,
frente ao reproche do meu orgulho ferido,
que não se consola da sua humilhação.

Composição: Carlos Bahr