La Ene... Ene

O Interior... Interior

La Ene... Ene

Quando eu vim do norte, trouxe as alforjas cheiasCuando me vine del norte traía alforjas todas llenas
De algarroba e doce de leite, erva-doce e hortelãDe algarroba y alfeñiques piperina y yerba buena

Também trouxe um queijinho, carne seca de ovelhaTambién me cargué un quesillo charqui de carne de oveja
E um matinho sapo macho pra espantar as tristezasY un yuyito sapo macho para aventar a las penas

Um poncho todo esfarrapado, presente da minha velhaUn ponchito todo hilachas regalo de mama vieja
Se enroscou nas alforjas como se fosse uma queixaSe me enredó en las alforjas como si fuera una queja

Caramba, eu trouxe muita coisa quando vim do norteCaramba que traía mucho cuando me vine del norte
Que ventos me castigaram pra me deixar tão pobreQue vientos me castigaron para dejarme tan pobre

Carreguei todos os meus sonhos, trago canções do matoCargué con todos mis sueños traigo canciones del monte
O canto dos grilos e o suspiro das minhas noitesEl cantar de los coyuyos y el suspirar de mis noches

O grito dos meus conterrâneos, nascido entre as dificuldadesEl grito de mis paisanos nacido entre los rigores
Porque quem é filho da serra sempre tem suas doresPorque el que es hijo del cerro siempre le sobran dolores

O beijo da minha velha, sua mão em um nomeEl beso de mama vieja su mano vuelta en un nombre
Como um lenço perdido que vai chorando em despedidasComo un pañuelo perdido que va llorando en adioses

Caramba, eu trouxe muita coisa quando vim do norteCaramba que traía mucho cuando me vine del norte
Que ventos me castigaram pra me deixar tão pobreQue vientos me castigaron para dejarme tan pobre