Saudade Do Meu Cavalo
Carlos Madruga
Num galho de pitangueira
Falquejado pra ocasião
Minhas rédeas penduradas
São enfeites do galpão
Entre um mate pura-folha
Assim me ponho a pensar
Meus olhos ficam molhados
Com as coisas do lugar
(Saudade do meu cavalo
Nas manhãs quando encilhava
Um pingo que relinchava
De contraponto com os galos)
Numa escramuça estancieira
Das quatro patas do mouro
Eu apartava num estouro
A zebuada matreira
Mas numa noite invernal
Que se abateu por desgosto
O céu cobriu-se de agosto
Com geadas no chircal
(Onde estará meu cavalo?
Talvez em outra fronteira
Que um deus de vida campeira
Mandou buscar pra montá-lo)
(Saudade do meu cavalo
Nas manhãs quando encilhava
Um pingo que relinchava
De contraponto com os galos)
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