La Panique

Je vois la mécanique
Au-delà du banal
Très souvent, je panique
À l'idée d'avoir mal
Si tout est méthodique
Même l'instinct animal

Quand c'est trop catholique
C'est pas original
Je vends le pathétique
Au prix de l'idéal
J'entends dans la musique
Un sanglot orchestral

Mais souvent je panique
De façon magistrale
Tout est automatique
Pour un cœur qui s'emballe
Je passe de l'hystérique
À la pierre tombale
Pour une poignée de fric

Ou de subliminal
Moi je renvoie mes cliques
Et mes claques à la malle
Si les fleurs en plastique
Poussent d'égales à égales
Dans tes yeux cathodiques
Le monde entier s'affale

Au fond de la boutique
Pour la vente finale
Je crains parfois les flics J'ai peur de l'hôpital
Une crise de panique
La gouverne est mentale
Un petit coup de trique
Au lobe occipital
La maladie chronique

C'est le temps qui dévale
Quelques millions de clics
Une queue de cheval
Très souvent, je panique
À l'idée qu'on détale
Comme des lapins magiques
Dans des champs de pétales

Y'a pas qu'en politique
Où l'amour est anal
Quand les barbituriques
Au pied du piédestal
Dévorent le romantique
Du vortex cérébral
Comme elle devient tragique
Comme elle devient létale

Tout aussi véridique
Qu'aliénée mentale
La bête est mécanique
Le théâtre est bestial
Comme la vie est oblique
Comme la vie nous avale

O pânico

Eu vejo a mecânica
Além do mundano
Muitas vezes eu entro em pânico
Com a ideia de estar com dor
Se tudo for metódico
Até instinto animal

Quando é muito católico
Não é original
Eu vendo o patético
Ao preço do ideal
Eu ouço na musica
Um soluço orquestrado

Mas muitas vezes eu entro em pânico
De uma forma magistral
Tudo é automático
Para um coração acelerado
Eu vou do histérico
Na lápide
Por um punhado de massa

Ou subliminar
Eu envio minhas panelinhas de volta
E minhas batidas no porta-malas
Se as flores de plástico
Crescer de igual para igual
Em seus olhos catódicos
O mundo inteiro desmorona

Na parte de trás da loja
Para venda final
Às vezes tenho medo da polícia Tenho medo do hospital
Um ataque de pânico
Governar é mental
Um pouco de porrete
No lobo occipital
Doença crônica

É a hora que corre
Alguns milhões de cliques
Um rabo de cavalo
Muitas vezes eu entro em pânico
Com a ideia de que estamos fugindo
Como coelhos mágicos
Em campos de pétalas

Não é só política
Onde o amor é anal
Quando barbitúricos
Ao pé do pedestal
Devore o romantico
Do vórtice cerebral
Como ela se torna trágica
Como se torna letal

Igualmente verdadeiro
Tão louco
A besta é mecânica
O teatro é bestial
Como a vida é oblíqua
Enquanto a vida nos engole

Composição: