Cimarrona
Te recuerdo perdida en el tiempo
cruzando las tardes de un pago lejano,
y me llegan temblando tus ecos
por viejos caminos de trigo dorado.
Cimarrona, tus crenchas al viento
golpeaban las ancas partidas del "bayo"
y hoy regresan trayendo los tientos
que trenzo en mi huella de piedra y de cardos.
Cimarrona linda
con gustito a pastos,
con la piel fresquita,
con los ojos mansos.
Fui como un amargo
carancho pueblero,
que llegó al remanso
feliz de tu alero.
Cimarrona pampa
de inocencia llena
que cayó en mi trampa
de palabras huecas,
por buscar la senda
que lleva al olvido
se volvió tapera
tu nido vacío.
Yo te evoco lejana y tristona
llorando en los palos'de aquella tranquera.
Tu pañuelo en la vida se asoma
y vuelven de nuevo temblando tus trenzas,
Cimarrona de cielo y de trigo
mostrando sus manos de amor allá lejos,
me lastimo buscando el olvido
con ojos que tienen los llantos resecos.
Cimarrona
Te lembro perdida no tempo
atravessando as tardes de um canto distante,
e me chegam tremendo seus ecos
por velhos caminhos de trigo dourado.
Cimarrona, suas tranças ao vento
batiam nas ancas partidas do "bayo"
e hoje voltam trazendo os laços
que entrelaço na minha trilha de pedra e de cardos.
Cimarrona linda
com gosto de pasto,
com a pele fresquinha,
com os olhos mansos.
Fui como um amargo
carancho de cidade,
que chegou ao remanso
feliz sob seu abrigo.
Cimarrona pampa
de inocência cheia
que caiu na minha armadilha
de palavras vazias,
por buscar o caminho
que leva ao esquecimento
se tornou tapera
o seu ninho vazio.
Eu te evoco distante e triste
chorando nas tábuas daquela porteira.
Seu lenço na vida se mostra
e voltam de novo tremendo suas tranças,
Cimarrona de céu e de trigo
mostrando suas mãos de amor lá longe,
me machuco buscando o esquecimento
com olhos que têm as lágrimas secas.