La última curda

A Última Bebida

La última curda

Que pena, bandoneón,Lastima, bandoneón,
meu coraçãomi corazon
tua maldição rouca e malvada...tu ronca maldición maleva...
Teu choro de rumTu lágrima de ron
me levame lleva
até o fundo profundohasta el hondo bajo fondo
donde a lama se levanta.donde el barro se subleva.
Já sei, não me diz! Você tem razão!¡Ya sé, no me digás! ¡Tenés razón!
A vida é uma ferida absurda,La vida es una herida absurda,
e é tudo tão passageiroy es todo tan fugaz
que é só uma bebedeira, nada mais!que es una curda, ¡nada más!
minha confissão.mi confesión.

Me conta tua condenação,Contame tu condena,
diga-me teu fracasso,decime tu fracaso,
você não vê a dor¿no ves la pena
que me feriu?que me ha herido?
E fala pra mim simplesmenteY hablame simplemente
do amor ausentede aquel amor ausente
atrás de um pedaço do esquecimento.tras un retazo del olvido.
Já sei que te machuco!¡Ya sé que te lastimo!
Já sei que te faço mal¡Ya se que te hago daño
chorando meu sermão de vinho!llorando mi sermón de vino!

Mas é o velho amorPero es el viejo amor
que treme, bandoneón,que tiembla, bandoneón,
e busca no licor que embriaga,y busca en el licor que aturde,
a bebedeira que no finalla curda que al final
encerra a funçãotermine la función
fechando a cortina do coração.corriéndole un telón al corazón.
Um pouco de lembrança e amarguraUn poco de recuerdo y sinsabor
goteja teu lamento lento.gotea tu rezongo lerdo.
Marea teu licor e empurraMarea tu licor y arrea
a tropa da esquerdala tropilla de la zurda
ao derramar a última bebedeira.al volcar la última curda.
Fecha a janelaCerrame el ventanal
que queima o solque quema el sol
seu lento caracol de sonho,su lento caracol de sueño,
você não vê que venho de um país¿no ves que vengo de un país
que está no esquecimento, sempre cinza,que está de olvido, siempre gris,
depois do álcool?...tras el alcohol?...