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O Verdadeiro Romance de João de Calais

Cego Oliveira

Letra

    Eu peço a vossa mercê
    E todos que me apreciam
    Hoje na data do mês
    Porque eu não vejo a luz do dia
    Homem, menino, mulher
    Cada qual dá o que puder
    E proteja a minha bacia

    Esse aqui já me pagou
    E os outros faltam pagar
    Tantos apreciadores
    Não tenham pena de dar
    Em luz dos meus amiguinhos
    Quem lhes pede é um ceguinho
    Que não pode trabalhar

    O homem disse à João
    "Se me deres a metade
    Do teu filhinho eu garanto
    Levar-te até na cidade
    Afim de tu assistires
    A grande festividade"

    João de Calais disse "dou-te
    Até minha própria vida
    Pra me levar em Cecília
    Onde está minha querida
    Eu quero é saber se ela
    De mim já tá esquecida"

    E nisso João sentiu
    Nos olhos grande fraqueza
    O homem o levou dormindo
    Para ver sua princesa
    João acordou em Cecília
    Foi importante a surpresa

    João chegou em Cecília
    Parecendo o satanás
    Sujo, rasgado, imundo
    Cabelo grande demais
    Não tinha ali quem dissesse
    Que fosse o João de Calais

    O homem deixou João
    Numa praça que havia
    Bem de fronte do reinado
    E num anúncio dizia
    Que o príncipe Florismundo
    Casava no outro dia

    João disse a cozinheira
    Que estava necessitado
    E queria trabalhar
    Para ganhar o bocado
    Mandaram ele botar água
    Para a festa do noivado

    Acharam naquele homem
    Que era distinto e fiel
    Mandaram ele botar água
    No quarto de Isabel
    Cada vez mais aumentava
    O ar de João dor tão cruel

    Isabel que era muito
    Experiente demais
    Quando João entrou no quarto
    Reparou bem seus sinais
    Conheceu perfeitamente
    Que era o João de Calais

    Isabel ligeiramente
    Do quarto se retirou
    Foi onde estava Constança
    E com ela se abraçou
    Dizendo "prima querida
    João de Calais chegou"

    Constança com a surpresa
    Quase sofre um acidente
    João de Calais foi entrando
    Maltrapilho e descontente
    Rasgado que parecia
    O mais pobre penitente

    Constança disse "João
    Meu sofrimento é profundo
    Eu já me considerava
    A mais infeliz do mundo
    Porque eu ia me casar
    Com o príncipe Florismundo"

    Constança mandou chamar
    E o rei chegou avexado
    Quando ele entrou no quarto
    Assim que ele foi chegado
    Constança representou-se
    Com João de Calais de lado

    Constança disse "meu pai
    Este é o João de Calais
    Que eu tinha como morto
    No oceano voraz
    Agora fique ciente
    Que eu não me caso mais"

    Composição: João José Da Silva. Essa informação está errada? Nos avise.

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