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Aflições e Perspectivas

Celso Freitas

Letra

    Sem fim, sem início.
    já formei, deformei, o seu rosto.
    Mil vezes, mil tentativas.
    Procurando novas saídas.

    Soprei, ansiedades.
    Esparramei, meus pecados, no chão.
    vou viver, duzentas mil vidas.
    De aflições e perspectivas.

    Cores frias, no céu, seu olhar transparemte,
    não diz nada do que eu queria ouvir.
    nem diz nada, afinal.

    Cores quentes no chão, você é tão racional.
    E eu sempre saindo do trilho,
    eu sempre querendo um final.

    pra uma estória, sem fim nem início.
    já formei, deformei os detalhes e ainda sobrou
    uma dor escondida, que me aperta, os olhos malditos ditos
    loucos, sem cura, sem força.
    Sem coragem para encarar, sua cara de máquina intransigente,
    o seu modo sufoca o meu ar.

    Enfim, sem destino.
    sem razões, sem ações destemidas,
    aflições e perspectivas.
    mil tensões, mil tentativas.

    Prisões, circulares.
    Recorrentes absurdos, velhos ares.
    nem que eu viva, duzentas mil vidas de
    aflições e perspectivas.


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