Zunindo
César Belieny
A primeira passou rente
Zuniu no asfalto quente
E se alojou no portão
E o cara feito serpente
Se arrastava de frente
Se misturava com chão
A segunda arrancou naco
Fez na perna um buraco
E ouviu-se um uivo de cão
E o cara feito um macaco
Lançou o corpo já fraco
Por sobre um caramanchão
A terceira foi rajada
Tirou lasca da escada
Ficou chumbo em todo teto
E o cara onça pintada, tentou pular pra sacada
Mas caiu em campo aberto
E ali virou bailarino, dançou o fim do destino
Desabou com o corrimão
E os homens se aproximaram
E com surpresa exclamaram
E erramos aí, não é ele não
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