395px

Teu Doce Rosto

Charles Aznavour

Ton Doux Visage

Ton doux visage
Que caresse un autre que moi
Ton doux visage
Je l'entrevois
Dans ces images
Qui viennent sans fin se jeter
A l'abordage
De mes pensées

Ton doux visage
Vient hanter mes nuits sans amour
Comme un mirage
En contre-jour
Sous l'éclairage
Des souvenirs en noir et blanc
De mon cinéma personnel et permanent

Ton doux visage
Debout planté sur mon passé
Me dévisage
Et fait sauter
Le maquillage
Qui cherche à masquer vainement
Le mal de l'âge
L'oeuvre du temps

Je suis l'otage
De mes regrets, de mes passions
Et du chantage
Que des chansons font avec rage
A mon coeur par des mots d'amour
Quand ma mémoire hurle au scandale et au secours

Ton doux visage
Qui m'obsède et me fait souffrir
Est l'héritage
De souvenirs
Et d'effeuillages
Baisers volés et doigts tremblants
Dans ton corsage
Sur tes printemps

Et les ancrages
Au bout des sens, au creux du lit
Les engrenages
De la folie
De ces ravages
Pour deux coeurs sans dessus dessous
Jouant au jeu de la mort lente et l'amour fou

Ton doux visage
Je l'ai perdu à tout jamais
C'est un ratage
Et je le sais
De ce naufrage
Je sortirai in extremis
Non sans dommage
Du temps jadis

De mes voyages
Dans tes yeux tendres et ton corps chaud
De ces rivages
J'ai dans la peau
Ton doux visage
Émergeant du flou de l'oubli
Pour briller au creux de mon âme et de mes nuits
Car ton visage

Ce doux visage
Est le visage
De ma vie

Teu Doce Rosto

Teu doce rosto
Que é acariciado por outro que não sou eu
Teu doce rosto
Eu o vislumbro
Nessas imagens
Que vêm sem fim se jogar
Às minhas lembranças
De meus pensamentos

Teu doce rosto
Vem assombrar minhas noites sem amor
Como um miragem
Em contraluz
Sob a iluminação
Das memórias em preto e branco
Do meu cinema pessoal e permanente

Teu doce rosto
De pé, plantado no meu passado
Me observa
E faz desmoronar
A maquiagem
Que tenta esconder em vão
A dor da idade
A obra do tempo

Sou o refém
Dos meus arrependimentos, das minhas paixões
E do chantagem
Que as canções fazem com raiva
Ao meu coração com palavras de amor
Quando minha memória grita escândalo e socorro

Teu doce rosto
Que me obsessa e me faz sofrer
É a herança
De memórias
E de desfolhadas
Beijos roubados e dedos trêmulos
No teu corpete
Sobre as tuas primaveras

E os ancoradouros
No fim dos sentidos, no fundo da cama
Os engrenagens
Da loucura
Desses estragos
Para dois corações de pernas para o ar
Brincando de morte lenta e amor insano

Teu doce rosto
Eu o perdi para sempre
É um fracasso
E eu sei disso
Dessa naufrágio
Eu sairei in extremis
Não sem danos
Do tempo de outrora

Das minhas viagens
Nos teus olhos ternos e teu corpo quente
Desses litorais
Eu tenho na pele
Teu doce rosto
Emergindo do borrão do esquecimento
Para brilhar no fundo da minha alma e das minhas noites
Pois teu rosto

Esse doce rosto
É o rosto
Da minha vida

Composição: Charles Aznavour / Georges Garvarentz