Killing In The Name Of

Protesto e resistência em "Killing In The Name Of"

Em "Killing In The Name Of", Charlie Brown Jr. faz uma interpretação marcante da música originalmente lançada pelo Rage Against the Machine, trazendo à tona uma crítica direta à obediência cega diante de autoridades e à perpetuação do racismo institucional. Frases repetidas como “And now you do what they told ya” (E agora você faz o que mandaram) e “Now you're under control” (Agora você está sob controle) expõem como o poder é usado para manter estruturas opressoras, especialmente no contexto policial. O verso “Some of those that were forces are the same that bore crosses” (Alguns daqueles que eram forças são os mesmos que carregaram cruzes) faz uma ligação entre agentes da lei e figuras históricas que, sob o pretexto de moralidade ou religião, perpetuaram injustiças, sugerindo que o racismo institucionalizado é sustentado por quem deveria proteger a sociedade.

A música foi inspirada pelo espancamento de Rodney King e os distúrbios de Los Angeles em 1992, reforçando o protesto contra a brutalidade policial e o racismo sistêmico. O trecho “Those who died are justified for wearing the badge, they're the chosen whites” (Aqueles que morreram são justificados por usarem o distintivo, eles são os brancos escolhidos) denuncia a impunidade e o privilégio racial de policiais brancos envolvidos em mortes de pessoas negras. O refrão “Fuck you, I won't do what you tell me” (Vai se foder, não vou fazer o que você manda) sintetiza a recusa em aceitar ordens injustas e a necessidade de resistência ativa. Ao interpretar essa canção em shows no Brasil, inclusive ao lado de Rodolfo Abrantes, o Charlie Brown Jr. reforça sua identificação com temas de protesto e crítica social, aproximando a mensagem original da realidade brasileira.