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Poço de Sant'Ana em Caicó

Chico Motta

Letra

    Poço soberbo, gigante
    Que a natureza criou
    Fonte viva exuberante
    Que o tempo nunca secou
    Quem a ti acrescentou
    Este nome de Sant'Ana
    Foi por força sobre-humana
    Ou herança na verdade
    Da religiosidade
    Da família lusitana.

    Dos primeiros habitantes
    Foste o acerto dos banhos
    Marco de lendas constantes
    Sobre animais estranhos
    Abasteceste os rebanhos
    Dos antigos criadores
    Primitivos moradores
    Viveram e morreram aqui
    A glória de mil pendores.

    Fonte que a muitas vivendas
    Nunca água lhes negou
    Cenário de muitas lendas
    Que o tempo nunca apagou
    Quem de ti se aproximou
    Encontrou seguro abrigo
    Venceste o tempo inimigo
    Nunca ficaste na lama
    Serviste de panorama
    Aos olhos do povo antigo.

    Tu és, poço de Sant'Ana,
    Orgulho de Caicó
    Tua imagem se irmana
    À do poço de Jacó
    Pois o rio Seridó
    Aterrar-te não aceita
    Tua forma é tão perfeita
    Que a própria areia do rio
    Rola fazendo desvio
    Passa ao largo e te respeita.

    Assististe no passado,
    Na época dos tempos idos
    Um lugarejo isolado
    Dos centros desenvolvidos
    Alguns prédios sendo erguidos
    Mas de forma diferente
    Caras de estranha gente
    Que aqui aparecia
    Sem saber como seria
    A Caicó do presente.

    O teu passado oferece
    Um suntuoso critério
    Jamais houve quem pudesse
    Desvendar o teu mistério
    Desde o Brasil Império
    Que o homem aqui chegou
    Fronteiras atravessou
    Vencendo grande distância
    Devido a tua abundância
    Satisfeito aqui ficou.

    Testemunhaste a ação
    Da bravura dos nativos
    Assististe a servidão
    Dos pobres negros cativos
    Homens brancos atrativos
    Que aqui se alojaram
    De ti muito precisaram
    Pela visual potência
    Em face da sobrevivência
    No arraial que fundaram.

    O teu nome apareceu
    Na remota antiguidade
    A tua fama cresceu
    Pela naturalidade
    A tua infalibilidade
    Consta no tempo presente
    Que tu foste antigamente
    O apanágio do povo
    E poderá ser de novo,
    Quem sabe, futuramente.


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