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360+5 (Entre o Sol e Saturno)

Chullage

Letra

    Venha ao Pingo Doce
    De janeiro a janeiro
    Há coffee shops e luzes vermelhas
    Onde gastar o dinheiro
    Primeiro ministro
    Mandou os portugueses
    Porem-se nas putas
    O capital foi o primeiro
    Em manobras astutas
    Quem não pode virou piegas
    Agora apoiam-se nas lutas
    Daqueles que chamam radicais
    A quem põem-se as escutas
    Entretanto parece que o passos
    E o Alberto João Jardim
    Já não trocam flores da madeira
    No São Valentim
    Mas depois do atestado de pobreza
    Do Cavaco
    Toda a gente já percebe
    Pra’ra quem a madeira cavou o buraco
    Fodas vai-te matar que só te enterras
    Faz-te um favor vai-te matar que só nos enterras
    Acabou a tolerância
    Toda a gente leva a mal
    Maçons tiraram a mascara
    Esta tremido o carnaval
    Há alguém que desfila sempre igual
    É o zé vestido de bobo
    E há alguém com pele de coelho
    Que afinal é o lobo

    Em abril já não caem as mil
    Águas da liberdade
    Revolução foi considerada senil
    Não há paus na engrenagem
    Nem dinamite no carril
    Sem agricultura não há foices
    Sem fabrica não há martelo
    Não há crel, não há cril
    Tá tudo encostado no café
    Sem papiros
    Só suspiros de desespero e uns tiros
    Na ponta do nite
    E babbilone que vem aos tiros
    Na ponta da nite
    Pa conter a pobreza que gera o fight
    Antes que pegue
    Há bidões de gasosa meu people
    Que regue
    As ruas com 95' sem chumbo
    Sem medo da troika
    E a chantagem do chumbo
    Na aquecimento global
    Em abril chamas mil
    Eu chamo mil, ele chama mil
    Tu chamas mil
    Pega os fósforos o mic
    Prepara-te para sujar os Nike
    Aparece aqui na rua
    Não me interessa se fazes like

    Não há comemorações
    Do 1º de maio
    Só há contratações
    No MAI
    Só há bules na PSP, GNR
    E ASAE
    'Pa calar o pessoal
    Nem um pio, nem um ai
    Ai, só fica de pé
    O 10 de junho
    Mas como é que um pais que corta os pulsos
    Ergue o punho
    É o regresso de Saturno
    O eclipse de Osíris
    Fazem-me levar com a tempestade
    Pa ver o tal arco-íris
    Tudo à frente da nossa íris
    Ofuscado no solstício
    Os longos dias da escravatura
    Usa humanos no sacrifício
    Enquanto lagartos estão ao Sol
    A dar corda à caixa de música
    Que dão no comício
    Na cadencia do tempo
    Que não é mais que um falso vicio
    De nos fazer trabalhar
    Pa poupá-los desse exercício
    E o subsidio de férias já não chega
    Em julho
    Onde é que tá o orgulho
    Enterrado no entulho
    Deixado pela troika e a heroica
    Entrada do passos
    Pa toma o bagulho
    Quem falou que a boca é tua caralho
    All my peoples faça barulho
    Tudo calado e com medo
    Senão a trioka daá tatau
    O rating desce
    E o coelho afinal é o lobo mau
    Tira os direitos foi canja, pra quem não se manja
    O capuchinho era vermelho perdeu a cor
    Foi pra rosa e agora é laranja
    Azul e amarelo
    E o cesto é pos boyz
    Com tachos a granel
    Sa foda a avó
    Pra aliviar a segurança social
    A velha morre em casa só
    Portugal é um gueto da Europa
    Eles é que são os thugs
    Que metem o sangue na rua
    Meus gangs na rua
    Não chegam perto da forma
    Como esse gang actua
    Maçonaria, Illuminati
    Opus dei, eu não sei
    Eu só sei
    Que esses mangas estão acima da lei
    Não passa nada, é agosto e a justiça de holiday
    Mas este holiday, vai tar tudo à venda no E-bay
    Que o subsidio tá num offshore
    Desses que eu falei
    Antes do regresso às aulas
    Já haverá abandono
    Ir à escola voltou a ser luxo
    Da corte e do trono
    E 'pra que matricular
    Se já nem há um abono
    A educação vai entrar
    Num longo outono
    Caga no 21
    Só conta o onze em setembro
    O dia em que a liberdade
    Passou a ser só algo de que me lembro

    Cem anos depois
    Dá-se um 5 de outubro
    Depois um 15 de outubro
    Numa republica das bananas
    Com fascistas ao rubro
    Finalmente o 25 de novembro
    Se instala
    35 anos depois
    Abril se cala
    Tá vingada a revolução
    É o triunfo do patronato
    Sobra o fado, sobra Fátima
    E sobra o campeonato
    Este ano lotação esgotada
    Na missa do galo
    Porque não há nada para abrir
    Na arvore de Natal
    Tiraram o Visa Electron
    Do espírito natalício
    Não há guita po réveillon
    Tá tudo no fogo de artificio
    Vestido a rigor cinto apertado
    Sacrifício
    Isto é um loop
    Queres saber o resto
    Volta ao inicio

    Lotação esgotada no hotel
    Com esta crise em vez de ir pa fora cá dentro
    Brodas vão dentro cá fora
    Alojados no EPL
    As mãos que estavam
    Estendidas em saudação nazi
    Estão estendidas a pedir esmola
    A Angela Merkel e Sarkozy
    1 em cada 3 de nós tá desempregado
    Mas bora os três que daqui a bocado
    Estás do nosso lado


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