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Fechar os olhos p'ra não ver

Chullage

Letra

    Milhões de mãos estendidas em direção aos poderosos que acumulam o capital
    Cujo uma pequena percentagem acabaria com a fome mundial
    Na terra natal
    Duma só raça, mas de várias culturas e não apenas a ocidental
    Terceiro mundo em colapso e toda a gente encolhe os ombros
    Desviando as culpas deste lapso
    Ignorando tanta catástrofe e acontecimentos sinistros
    Com ajuda de muitos ministros
    Presidentes, empresários, reis
    Diamante, petróleo, ouro, armas, drogas ditam leis
    Intolerância
    Ganância
    Mancha todas essas leis
    Criminalidade não é só no turno da meia-noite às seis
    Prostituição não é só nas ruas, bares, pensões, motéis
    Parlamentos são autênticos gangs, cartéis, bordéis
    Onde governos roubam e vendem o seu povo assinando tratados, decretos-leis
    E outros papéis
    Atirando o povo pra guerra sem saber qual o seu desejo
    Tal e qual a imoral moralidade do Vaticano e seus fiéis
    Quando pilharam povos atrás de muito mais que meros infiéis
    Fundamentalismo cristão enriquece terroristas cruéis
    E enquanto o sangue inocente se derrama
    O presidente e a primeira-dama circulam pelo passeio da fama
    Com ouro nos seus anéis, diamante nos seus colares, pele no vestuário, seda na cama
    Veículos topo de gama movidos pelo petróleo que tem o país dos outros em chamas
    Se isto não é terrorismo conta-me como é que lhe chamas

    Será que vais continuar a fechar os olhos
    Pra não ver que vais voltar as costas fingindo não saber
    Saber
    Que tanta gente sofre à tua volta
    Será que não te cria nem um pingo de revolta saber
    Que tanta gente sofre sem o pão
    Será que não te cria nem um pingo de compaixão

    Peoples só querem andar na moda
    Ter paka' pra entrar na boda
    Pôr a cabeça a andar à roda
    Sair de lá com alguém que vão cagar depois de dar uma grande foda
    Foda-se ninguém se incomoda
    Com os químicos deitados no mar, no sol, na atmosfera
    Com as espécies animais, vegetais que o homem dilacera
    Só porque o homem não modera
    Na ciência e tecnologia que qualquer dia também nós supera
    Com tanta fome e tanta doença que nesta terra prolífera
    Que com a guerra só prolífera
    Com aquele que mata milhões e a sua conta prospera
    Com tanto racismo, discriminação que o mundo tolera
    Com toda a merda que vai no mundo e ninguém inúmera
    World Trade Center, 11 de setembro é a lição que ninguém estava à espera
    Tenham sido islâmicos ou não
    O ocidente desespera
    Ganha justificação
    E agora é ele que impera
    Imperialismo americano de tudo se apodera
    Coisa que até hoje quisera
    Fizera
    Mas não pudera
    E hoje é terrorista todo aquele que Allah venera
    Do Cristianismo ao Islão
    Duma bíblia ao alcorão
    Fabrica-se a ignorância sempre que há má interpretação
    Por isso que se foda a religião
    Porque só fomenta a divisão
    Racismo é invenção da falta de visão do povo cristão
    Os poderosos cometem os erros e é sempre o povo que sofre
    Pagando sangue, lágrimas e suor pra esses filhos da puta encherem o cofre
    Pra terem BM’s e aviões
    Deslocarem-se a reuniões
    E definir as prioridades desses assassinos e ladrões
    Todos dillons

    Não há ética, moral o único valor é a moeda
    Os outros valores estão todos em queda
    Expansão capitalista coloniza e não arreda
    Pés, caças, submarinos, tanques, porta-aviões
    Colocados em terra alheia pra assegurar os seus milhões
    E subjugar a restante cultura
    Economia fode com a democracia e dão à luz uma ditadura
    Política é investimento lucrativo a curto prazo
    Que se foda se o país está com atraso
    Eles querem a paka' no palácio
    Sentados à secretária com a secretária adiantando trabalho com um felácio
    Tudo na vida é um negócio
    A política, a ciência, a educação, a justiça, a saúde, a guerra, o casamento, a amizade, até o sacerdócio
    Quem está ao lado nunca é um companheiro, é um sócio
    É tudo uma questão de paka' não há direito nem garantia
    Só a obrigação de consumir a liberdade que se esconde por trás da tirania
    De quem por trás das câmaras todos os dias nos vigia
    Não pela nossa segurança, mas pelos bens e valores dos senhores
    Que quando policiam, o mundo só combatem certos opressores
    Que nas zonas comerciais perseguem sempre as mesmas cores
    Que se foda o dinheiro do Ocidente
    América Latina, África, Ásia e Médio Oriente
    São um involuntário concorrente num Big Brother onde todos os residentes
    São espiados, usados, explorados, gozados, pelos demais mirones
    Que se fodam câmaras, microfones
    Satélites, escutas de telefones
    Militares e babillones
    É tudo population control, tudo opressão do ser
    Será que vais continuar a fechar os olhos pra não ver

    Composição: Chullage / Hugo Espírito Santo. Essa informação está errada? Nos avise.

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