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Warria

Chullage

Letra

    Nau e karavelaa
    K kruz de krist na vela
    Tchgá
    Matá
    Nôs hom, prendê kriança, violá afrikana bela
    Destrui nôs aldeia
    K’ideia
    De konstrui nôs cela
    Rouba nôs tchon, tra d’nôs gamela
    Pa entchi sis panela
    Bá embora que our e diamant, depois de ben que bugiganga e bagatela
    500 on ta sofrê ness represson, 500 on ta sofrê ness tela
    Tra nôs dum kau pa ôut na sis plantaçon
    Dee Guinê pa Kabu Verd, ta largá nôs sang na tchon
    Ma nô ka papá tont explaraçon
    Eskravidon
    Cabral mandá pegá na arma, luta pa libertaçon

    Ka tem dia de m’eskecê nôs história
    História ta lutá pa mudá nôs história
    História
    De nôs povo é história de uma warria
    De nôs pov ê história de um warria
    Warria

    Traidor má portugês
    Matá Cabral na 73
    Independencia foi na 75, igualdade nen na 2003
    Uli nôs mãe ta limpa tchon, nôs pai ta senta tjol
    Debosh de tchuva, debosh de sôl
    Sima maioria de kriol
    Sem temp pa pô sis fidj na kol
    Sem midj pa pô na prot, sem grog pa tra um gol
    Nha refeiçon ka tiv sumol
    Nha dia d’on ka tiv um bol
    Nha natal ka tiv um prenda, igualdade ondê kês pol
    Babillone ta prende nôs korp, 'ma ka ta prende nôs soul
    Warriaz pegá na arma e Kabu Verd niggaz nu rol

    Chullage
    Brutalidade policial
    Baixo rendimento salarial
    A injustiça social prekkkonceito racial
    Violência
    Toxikkkodependência
    Delinkuência
    Desobediência às leis
    Os fios, os anéis
    Os bares os bordeis
    Os telemóveis
    Os automóveis
    Kom twitters e woffers de 350 watts
    Subwoffers kom bass k até bates
    Mal
    Ekkkualizadores
    Amplifikkkadores
    Estofos de kkkabedal
    P’ra pôr negros e negras petrifikados pelo som
    Pelos vidros e faróis fumados, pelas saias e alleron
    E as jantes de liga leve
    Até k alguém o pegue, o leve
    E o desmonte
    Eo enkontres pragado num beko da Arrentela, Vale, Quinta, Mira, Monte ou da Lisa
    Os niggas na prisa
    Por botes e lojas feitas ou paiamentos de yosh e kkkrisa
    O tuga k nos inferioriza
    O ódio ke se interioriza
    Policia k nos martiriza
    A kota k sonha kom um futuro
    Para nós k nunca se realiza
    Os niggas k morrem nesta guerra, a dor k nos paralisa
    Na ignorância k kom vingança o sofrimento se minimiza
    A confusão à porta de taberna
    Onde a embriaguês governa
    As pulgas subindo pela perna
    Os niggas k n lutam sonhando com totoloto
    Kom o Totta ou Souto
    Kom um puto na rua roto
    Brinkando entre as águas do esgoto

    Koração lá e korpo ká em Pretugal
    Mentalmente enkkkarcerados ká em pretugal
    Sem pão, mas kom veneno e armas p’ra morrermos em pretugal
    Segregados p’ra não sermos ninguém em Portugal

    Os ratos, a inveja, o ciúme
    O perfume
    De urina
    Na eskkina
    O nigga k penetra uma vagina
    Insemina
    E dá de fuga deixando um menino no kolo de uma menina
    Duia de kueka fora
    Diskoteka fora
    Keka mó fora
    Na hora
    Kom kizomba na banda sonora agora tas na merda shema, o teu nigga desmarka
    Brotha pragado no bairro, deskontra, armado em monarka
    Kom tudo de markkka

    Mas nada na arka
    Enkuanto a mente sufoka na praia e na birra se encharka
    A pobreza e ganância k no kkkrime nos embarka
    E nos desembarka
    Na kkkampa ou na kkkana
    O dinheiro fodido no Tommy Armani, CKkk, ou Gabana, p’ra impressionar
    P’ra impressionar akela mana
    Na disko afrikana
    O tiroteio, a fakada por causa duma punana
    Kaçadeiras, revolveres, às vezes até katana
    E kd n há saem kekes k é p’ra abrires a pestana
    A violência dosmestika k torna o lar hostil
    O insucesso eskkkolar, o trabalho infantil
    K infertiliza o skill
    A televisão k emite
    Uma visão estereotipada da street
    Mantendo niggas mais blokkkeados k maxilas de pit
    Konas e pilas onde a sida se transmite
    No sexo inseguro k fode da xungaria à elite
    A obra, o makkk Donald’s, a limpeza
    O trabalho n kkkualifikkkado, mal remunerado k n une a família à mesa
    A desunião
    Desorganização
    Desinformação
    Inkkkapacidade de auto-afirmação
    De mudar o ruma à situação
    O natal e o aniversário sem presentes
    As saudades da nossa gente
    No fragilizado kontinente
    A desigualdade de kritérios
    O kultural adultério
    A falta de um projekto polítiko sério
    P’ra rekonstruir o nosso império
    O realojamento de barrakkkas p’ra prédios, de 2ª kategoria
    Na periferia
    Kom xibaria
    De vigia
    Kom falta de transportes
    E ambulâncias k evitem as mortes
    O trafikkkp, o jogo, o furto
    Por dinheiro num espaço de tempo curto
    O surto
    De pragas, doenças e outros preticidas
    As pesadas sentenças lidas k nos roubam as vidas
    E as devolvem kom as esperanças sub nutridas
    E as expektativas demolidas diluídas

    As rimas, os beats
    Os rots, os pits
    Os bull terriers, os staffs
    As rodas de Freestyle, break dance ou graffs
    A peladinha sábado à tarde
    A tralha k arde
    A cerveja a rodar pelos brothas do yard
    Kontrolando kus e mamas de afrikanas doces k giram no guettops
    O slang kriado entre a língua tuga e os dialektos dos palop’s
    O dedo do meio no ar p’ro bote dos kkkops
    As noites em k n há kkkonfusão na boda
    Machu e fema a rossarem tudo a noite toda
    Os dias em k dá par repetir o prato
    Os bules em k n é preciso kortar o kabelo nem tirar os brincos para se ter um kkkontrato
    As noites em k ninguém vai dentro
    Os seguranças k n nos seguem no centro
    O amor
    Entre brothas e sistas, o kalor
    O ritmo musikal
    A expressão korporaç
    A komida tradicional
    A linguagem ancestral
    E o alto astral
    Apesar de tudo akkkilo k korre mal
    A grandeza espiritual
    O Orisha
    O Allah
    Ou Jah
    K nos protege
    Já k a autoridade n nos protege
    Só nos mente até ao dia k agente a elege
    O amor ao guetto k nos rege
    A força, o drible, a velocidadeá alegria, akele pingo de felicidade
    K nunka desaparece
    Independentemente de tudo akkkilo k acontece
    Na komunidade

    Composição: Chullage / David Rocha / Paulo Tomas / Rui Vieira. Essa informação está errada? Nos avise.

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