Woman

Mulher

Mulher é meu primeiro e último suspiro.
Sua luta é minha luta.
Pesa pesado no meu peito, mas não se compara ao que pesa no seu seio.
A água da vida que dá ordem aos miseráveis e aos abençoados.
Quem poderia ter uma mãe e ser sem Deus?
À sua esquerda está uma criança mamando, à sua direita uma arma ou uma faca estendida.
Amor nutrido, mas preparado para a morte.
Vejo a dor de anos de agitação.
Quem poderia ter uma mãe e ser sem Deus?
Enquanto você olha para o outro e come sua colheita queimada, brinca nos campos de carcaças queimadas.
Independentemente disso, lembre-se de onde tudo começou.
Quem gerou messias antes que os homens criassem mártires?
Ela estava babando como nos estágios da AIDS.
Cabelo meio afro, meio tranças.
Um sapato na palma da mão, o outro, símbolo da NIKE desbotado.
Um grande desespero queria chorar, queria rezar por todas as nossas almas, porque olhe para nossa mãe.
Mãos em defesa enquanto olhamos no espelho.
Não temos senso?
Ninguém pode ouvi-la.
Que vergonha, estamos envergonhados e não nos aproximamos dela.

Enquanto nossos corações culpados trazem o terror.
Vamos recuar nossas mentes a cada era.
O patriarcado suprimiu nossa natureza humana.
E onde isso não era verdade.
Eles nos forçaram a isso.
Então, a luta é uma luta comum.
Contra o branco, masculino, aristocrático, endinheirado, fundiário, anglo-saxão, e todos os seus filhos de todas as raças e classes.
Libere a mulher e você libertará as massas.

MULHER, NEGRO, PROSTITUTA.
PROFETA, MENTIROSO, VADIA.
MÃE, MERETRIZ, DEUS.

Todos descansam em um abismo eterno.
A cultura interrompe a natureza.
Brasa eterna avança.
Restituição entra junto.
Ela pede a seus filhos que lembrem de seu centro.
É integral, pois o útero é um microcosmo do universo ou vice-versa no macro.
Quebre com o ethos greco-romano, euro, adorando o cabelo loiro fluido de um mal gravado sobre a verdadeira história do povo.
Mãe de Deus, me leve à terra dos Igbo.

Lua Crescente.

Uma nova era chegou, seu dia é vitorioso.
Liberdade. DESISTA.
Sua necessidade por TUDO.
Eu vou te levantar, espancada, oprimida, sempre lembrando que através do seu útero, NÓS VAMOS PRODUZIR, as sementes de TUDO.

Você é a razão pela qual continuamos a durar, contra todas as probabilidades, a classe oprimida.
Nzingha. O poder que você acumula, a glória que o futuro apresenta é vasta.
Por meus pecados contra você no futuro, presente e passado.
Perdoe-me.

Mulher é meu primeiro e último suspiro.
Sua luta é minha luta.
Pesa pesado e dói, mas não se compara a como você foi abandonada.
Parece que a desgraça dá ordem ao amor e ao ódio.
Como poderíamos adorar Satanás e uma matrona?
À sua esquerda está uma criança recém-nascida mamando, à sua direita, cheia de sangue, uma faca em sua pele.
Provocando seu filho e preparada para pecar.
Vejo a dor do descaso.
Como poderíamos adorar Satanás e uma matrona?

Você é cobiçada como a Arca da Aliança, sagrada.
Jogamos suas vestes no chão.
Você está nua.
Exposta ao nosso riso sarcástico e ao nosso ódio.
Pela última vez, o útero virgem despertou.
Ecos perturbadores do passado, lembram uma premonição.
Do seu útero a chuva quebra e cria um oceano sem limites.
O dia amanhece.
Bebemos da enxurrada sem fim com culpa em nossos corações.

Ma'at, Mãe Maria, me faça inteiro.
Mulher, eu renuncio ao controle sobre todo o seu amor, suas lágrimas e sua esperança.
Vou jejuar por mil anos e deixar um oceano de sangue antes que eu possa me arrepender do que fiz, ainda assim sei que você ainda me deixará perto.

(Mãe da graça, mãe do universo e de toda a criação.
Eu sujei e entristeci a coisa mais próxima da pureza que conheci.
Por essas coisas e mais, estou arrependido e me arrependeré.
Eu, ao cessar meus caminhos, permitirei que a ordem do universo siga seu curso e faça inteiro o que agora está em desordem.)