395px

Atenção

Claudio Lolli

Attenzione

Attenzione io so che questa casa aperta a tutti è sempre piena di compagni,
i fiori che dipinge la tua mano sono belli e tanto colorati.
Però ci si affeziona anche alla propria fantasia alla propria confusione al proprio essere persi in mezzo al mare,
e le vele e le reti e le prigioni sono calde e danno sicurezza proprio come dei santi incorniciati.
Attenzione che non ci si risvegli una mattina con qualche cosa da salvare.

Attenzione non è vero che son morte le sirene che le navi vanno avanti,
Attenzione trasformatevi in dei ragni se solamente avete voglia di scappare,
Attenzione che non ci ritroviamo con la testa di un serpente incapace di strisciare,
tra i fori ancora aperti di un'idea.
Attenzione a non lasciarsi per la strada i gesti le parole necessarie per parlare
Attenzione a non svegliarsi una mattina senza la voglia di cambiare.

Attenzione lo so che il mantello di quel vecchio partigiano è sempre in prima fila lì sull'attaccapanni,
e poi che la pazienza è una virtù e che il sole nascerà con l'acqua e con la neve di chissà tra quanti anni,
Attenzione lo so che il fucile è lì nascosto in quel libro di racconti,
però che non diventino ricordi o fantasie, che non sia caricato solamente a sogni.
Attenzione che non ci troviamo una mattina per le strade,
a raccontarci le nostre storie di bambini nati morti
e magari, magari anche con soddisfazione.
Attenzione che non ci ritroviamo tra le mani la paura calda immensa e vera dentro il corpo nella testa,
tra le mani la paura calda immensa e vera della rivoluzione.

Atenção

Atenção, eu sei que essa casa aberta a todos está sempre cheia de amigos,
As flores que sua mão pinta são lindas e bem coloridas.
Mas a gente também se apega à própria fantasia, à própria confusão, ao próprio estar perdido no meio do mar,
e as velas, as redes e as prisões são quentes e dão segurança, como santos emoldurados.
Atenção para não acordar uma manhã com algo para salvar.

Atenção, não é verdade que as sereias estão mortas, que os navios seguem em frente,
Atenção, transformem-se em aranhas se tiverem vontade de escapar,
Atenção para não nos encontrarmos com a cabeça de uma cobra incapaz de rastejar,
Entre os buracos ainda abertos de uma ideia.
Atenção para não deixar pelo caminho os gestos, as palavras necessárias para falar.
Atenção para não acordar uma manhã sem vontade de mudar.

Atenção, eu sei que a capa daquele velho partigiano está sempre na frente, ali no cabide,
e que a paciência é uma virtude, e que o sol vai nascer com a água e a neve de sabe-se lá quantos anos,
Atenção, eu sei que o rifle está escondido naquele livro de contos,
Mas que não se tornem apenas lembranças ou fantasias, que não esteja carregado só de sonhos.
Atenção para não nos encontrarmos uma manhã nas ruas,
Contando nossas histórias de crianças que nasceram mortas
E talvez, talvez até com satisfação.
Atenção para não nos depararmos com o medo quente, imenso e verdadeiro dentro do corpo, na cabeça,
Entre as mãos, o medo quente, imenso e verdadeiro da revolução.

Composição: