395px

A Ponte

Claudio Lolli

Il Ponte

Il ponte fu costuito da generosi operai,
cominciarono con lo scavare nel fiume,
che disperato si ribellava, i cassoni, i piloni,
profanavano l'aspetto segreto delle sue molte dune.

E la gente li guardava da due rive opposte,
con una strana perplessità i bianchi ed i neri,
che non si erano mai conosciuti,
tranne quelli del guado di notte,
che imprecavano già eliminati,
già proprio loro i contrabbandieri.

Ed il ponte nasceva tra l'angoscia e la terra,
come sospeso tra il cielo e l'inferno,
aumentava ogni giorno di un quadrato di ferro,
ma qualcuno già cercava all'interno,
già qualcuno scappava all'interno.

Il fiume pertanto si sentiva violato,
la sua forza, la sua legge dov'era?
In quale orrore di pace e che promesse di guerra
veniva ad affaticare la sua giusta divisione
tra una terra e un'altra terra.

Lui che aveva sempre lasciato passare
solo il fiore del fiore degli anni,
uomini forti e cavalli innamorati
e una voglia, una voglia di donne
che non si era mai preoccupata di affanni.

E il ponte nasceva maestoso imponente,
tra due argini come una violenza,
la fatica alla fine sembrava una sorella,
sembrava impossibile averne mai fatto senza,
sembrava impossibile ormai farne senza.

Sembrava impossibile agli operai,
sembrava impossibile agli architetti, ai maestri costruttori,
che nessuno prima ci avesse pensato,
alla bellezza di ponte metallico,
ad un ponte che unisse la distanza infinita
tra due ordini di cuori.

Sembrava impossibile a tutti ma,
in un minuto, comprese il nemico
avverti la paura,
lo sguardo sereno, lo sguardo sereno del muto.

A Ponte

A ponte foi construído por operários generosos,
começaram escavando no rio,
que desesperado se revoltava, os caixões, os pilares,
profanavam o aspecto secreto de suas muitas dunas.

E as pessoas observavam de duas margens opostas,
com uma estranha perplexidade os brancos e os negros,
que nunca tinham se conhecido,
exceto aqueles que atravessavam à noite,
que xingavam já eliminados,
já eram eles os contrabandistas.

E a ponte nascia entre a angústia e a terra,
como suspensa entre o céu e o inferno,
aumentava a cada dia um quadrado de ferro,
mas alguém já buscava por dentro,
já alguém fugia por dentro.

O rio, portanto, se sentia violado,
a sua força, a sua lei, onde estavam?
Em qual horror de paz e que promessas de guerra
vinha a sobrecarregar sua justa divisão
entre uma terra e outra terra.

Ele que sempre deixara passar
só a flor da flor dos anos,
homens fortes e cavalos apaixonados
e uma vontade, uma vontade de mulheres
que nunca se preocupou com aflições.

E a ponte nascia majestosa, imponente,
entre duas margens como uma violência,
a fadiga no fim parecia uma irmã,
parecia impossível ter feito sem,
parecia impossível agora viver sem.

Parecia impossível para os operários,
parecia impossível para os arquitetos, os mestres construtores,
que ninguém antes tivesse pensado,
a beleza de uma ponte metálica,
uma ponte que unisse a distância infinita
entre dois tipos de corações.

Parecia impossível para todos, mas,
em um minuto, compreendeu o inimigo
sentiu o medo,
o olhar sereno, o olhar sereno do mudo.

Composição: