395px

A Chuva, Mais Cedo ou Mais Tarde

Claudio Lolli

La Pioggia Prima O Poi

Le impressioni solite della luce e del colore
si mescolano a un brivido di aria mattutina,
le automobili cominciano a muovere le ore:
ti spettino un orecchio e ti faccio più carina...

I miei occhi si ricordano di una televisione,
le mani non capiscono che costa sto aspettando.
Ma ho i piedi addormentati che mi danno del guardone,
decido che dovrò svegliarli passeggiando
e la città è già nuvola, oasi senza deserto,
e camminiamo tutti dentro alla carta velina,
sotto a un cielo pirata, con un occhio coperto,
la pioggia, prima o poi, ci arriverà vicina...

E sono giorni a grappoli, tenuti insieme con lo spago,
talmente fitti da non entrare tutti quanti dentro al cuore,
e vengono da notti in cui, in virtù di qualche mago,
riesce il vecchio gioco di prestigio dell'amore...

Ti penso e ti ribacio in sogno io, l'incatenato,
arrampicato dentro a un grande grattacielo
che gratta arruffato, arrabbiato, disperato,
un paradiso sporco come un sacco a pelo...

Ti penso e ti ribacio ancora io, l'incatenato,
avrei dovuto certo immaginarlo prima
che con tutti i miei sforzi non mi sarei liberato
della tua maledetta faccia da bambina,
di quello che gli astrologi chiamano destino
e le streghe ci procurano con filtri di magia
e la scienza moderna, con rigore bambino,
vuol calcolare in base a dei quozienti di energia...

...Poi passa molto lenta questa strana mattinata
tra chiacchiere, ascensori e saliscendi del cuore,
un vino un po' in anticipo mi corregge l'aranciata ... e ripenso
alla tua faccia da bambina già invecchiata di tre ore...

A Chuva, Mais Cedo ou Mais Tarde

As impressões de sempre da luz e da cor
se misturam a um frio de ar matutino,
os carros começam a marcar as horas:
te arrumo um ouvido e te deixo mais bonitinha...

Meus olhos se lembram de uma televisão,
as mãos não entendem o que custa essa espera.
Mas meus pés estão adormecidos, me chamando de espião,
decido que vou acordá-los caminhando
e a cidade já é nuvem, oásis sem deserto,
e caminhamos todos dentro de papel de seda,
sob um céu pirata, com um olho coberto,
a chuva, mais cedo ou mais tarde, vai chegar perto...

E são dias em cachos, amarrados com corda,
tão densos que não cabem todos no coração,
e vêm de noites em que, por conta de algum mágico,
funciona o velho truque de prestidigitação do amor...

Penso em você e te beijo de novo em sonho, eu, o acorrentado,
subindo dentro de um grande arranha-céu
que arranha bagunçado, irritado, desesperado,
um paraíso sujo como um saco de dormir...

Penso em você e te beijo de novo, eu, o acorrentado,
deveria ter imaginado isso antes
que com todos os meus esforços não conseguiria me livrar
da sua maldita carinha de criança,
do que os astrólogos chamam de destino
e as bruxas nos arrumam com filtros de magia
e a ciência moderna, com rigor de criança,
quer calcular com base em quocientes de energia...

...Então essa estranha manhã passa bem devagar
entre conversas, elevadores e sobe e desce do coração,
um vinho um pouco adiantado corrige minha laranja... e repenso
a sua carinha de criança já envelhecida em três horas...

Composição: