395px

Pela Vento

Claudio Lolli

Via Col Vento

Stavo sognando Reagan stamattina,
faceva suonare la mia sveglia assassina,
poi il caffè,
poi tempo che vola,
finisce la città
prima di questa scuola.
Stavo sognando Ronnie stamattina
con Maggie in "Via col vento" ad Hiroshima,
come in una famosa cartolina
anarchica.

Di cosa parleremo stamattina,
di Marx oppure dell'ottava rima,
o studieremo
nella nebbia sui vetri
le probabilità
di futuro per gli innocenti,
innocenti come siete voi,
santi volgari ed ignoranti eroi
di un mondo che non vuole e comprerà
la vostra libertà.

Via col vento, via col vento,
se ne va il pensiero in questo piccolo tormento,
via col vento, professore,
abbiamo fretta e voglia solo di fare l'amore,
dai col tempo, dai ch'è tardi
per stare qui a pensare a quella Silvia,
la ragazza di Leopardi...

... e in un'aria che assomiglia già a Hiroshima
eccoci addormentati una mattina
a un punto morto
tra la giovinezza
che ha tanta voglia di sé
e la vita che la disprezza
e la scrittura nel suo film di serie B,
finisce il sabato, ricomincia lunedì,
nell'intervallo la domenica sportiva,
definitiva.

Via col vento, via col vento,
che non ha più risposte, solo un presentimento,
via col vento, professore,
per cominciare a vivere abbiamo poche ore,
via col vento, via col vento,
chissà perché mi viene in mente oggi
la mia prima millecento...

... e per finire il sogno di questa mattina
c'era un vecchio in piedi sopra una panchina,
un po' ubriaco
che predicava di niente
e ripeteva la stessa frase
ad un pubblico inesistente:
"cari ragazzi dell'ottanta noi
santi volgari ed ignoranti eroi,
rompere i vetri in caso di soffocamento
... e via col vento..."

Pela Vento

Estava sonhando com o Reagan hoje de manhã,
minha despertador assassino tocava sem parar,
depois o café,
depois o tempo voa,
fim da cidade
antes dessa escola.
Estava sonhando com o Ronnie hoje de manhã
com a Maggie em "Pela Vento" em Hiroshima,
como em um famoso cartão postal
anárquico.

Sobre o que vamos falar hoje de manhã,
do Marx ou da oitava rima,
ou vamos estudar
na neblina nos vidros
as probabilidades
do futuro para os inocentes,
inocentes como vocês,
santos vulgares e heróis ignorantes
de um mundo que não quer e comprará
a sua liberdade.

Pela vento, pela vento,
se vai o pensamento nesse pequeno tormento,
pela vento, professor,
estamos com pressa e só queremos fazer amor,
vamos lá, já tá tarde
pra ficar aqui pensando naquela Silvia,
a garota do Leopardi...

... e em um ar que já lembra Hiroshima
aqui estamos adormecidos uma manhã
em um ponto morto
entre a juventude
que tem tanta vontade de si
e a vida que a despreza
e a escrita no seu filme de série B,
fim do sábado, recomeço na segunda,
no intervalo do domingo esportivo,
definitivo.

Pela vento, pela vento,
que não tem mais respostas, só um pressentimento,
pela vento, professor,
para começar a viver temos poucas horas,
pela vento, pela vento,
quem sabe por que hoje me vem à mente
a minha primeira mil e cem...

... e pra finalizar o sonho dessa manhã
havia um velho em pé em um banco,
um pouco bêbado
que pregava sobre nada
e repetia a mesma frase
para um público inexistente:
"queridos jovens dos oitenta nós
santos vulgares e heróis ignorantes,
quebrem os vidros em caso de sufocamento
... e pela vento..."

Composição: