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Sal da Terra

Cormorant

Salt Of The Earth

The teeth of lions sown by the wind,
Spurned by the salt of the
Earth s fallow and barren skin,
Find fertile ground in me.

Rains of red poppies
Burst from the blue.
Fireflies and harpies
Beat their wings anew.
The wine from man s fountains
Imparts courage to implore:
Gods, step down from your mountains.
Fish, rise up from the shore.

For kings are few and we are legion,
Flood the borders between all regions.
No blood spills blue torn from its vein.
All dissolves into the grain.

Incite the erosion of sleeping giants
So their slumber may forever last:
Their lies a fading remembrance of science
Past.

Rise, rise, rise kill.
Seeds of revolution
Sprout forests of stone.

The bricks of toppled castles
Build me my palace,
Mortared with sweat from your brow.
The crops reaped by my vassals
Feed only my malice.
My hearth burns with golden boughs.

Sea, land and air all fall to my glory.
May the earth bear my legacy.

But Time knows no human deeds,
As Nature knows no caste.
The winds sow forests of weeds
On graves of tyrants past.

Sal da Terra

Os dentes dos leões soprados pelo vento,
Rejeitados pelo sal da
Terra, pele infértil e estéril,
Encontram solo fértil em mim.

Chuvas de papoulas vermelhas
Explodem do azul.
Vaga-lumes e harpias
Batem suas asas de novo.
O vinho das fontes do homem
Dá coragem para implorar:
Deuses, desçam de suas montanhas.
Peixes, levantem-se da costa.

Pois reis são poucos e nós somos legião,
Inundem as fronteiras entre todas as regiões.
Nenhum sangue derrama azul arrancado de sua veia.
Tudo se dissolve no grão.

Incitem a erosão de gigantes adormecidos
Para que seu sono possa durar para sempre:
Suas mentiras, uma lembrança desvanecente da ciência
Do passado.

Levantem-se, levantem-se, levantem-se, matem.
Sementes de revolução
Brotam florestas de pedra.

Os tijolos de castelos derrubados
Constroem meu palácio,
Morrendo com o suor da sua testa.
As colheitas ceifadas pelos meus vassalos
Alimentam apenas minha malícia.
Meu lar arde com ramos dourados.

Mar, terra e ar caem todos à minha glória.
Que a terra carregue meu legado.

Mas o Tempo não conhece feitos humanos,
Assim como a Natureza não conhece castas.
Os ventos semeiam florestas de ervas daninhas
Sobre os túmulos de tiranos do passado.

Composição: Cormorant